O ministro do Interior, Justiça e Paz da ditadura venezuelana, Diosdado Cabello, declarou que a líder da oposição, María Corina Machado, estaria por trás da suposta conspiração para desestabilizar o país. O governo da Venezuela prendeu três americanos, dois espanhóis e um tcheco que estariam participando da operação, além de 400 armas que alegadamente viriam dos Estados Unidos.
O ministro mais poderoso do gabinete de Nicolás Maduro afirmou ainda que María Corina teria “uma briga” com o também opositor Leopoldo López — que hoje vive na Espanha — para comandar uma operação contra o atual governo venezuelano.
— Vinculá-los à oposição não é um capricho, eles estão em negociações, achavam que essa operação seria muito fácil. O fato de os termos capturado e de termos em nossa posse essas armas [os 400 armamentos apreendidos] é um duro golpe para eles — disse.
Cabello também acusou os governos dos Estados Unidos e da Espanha de serem os responsáveis pelos supostos planos de ataque à Venezuela.
— Gostaríamos que o governo dos EUA tomasse uma posição e os proibisse [a oposição] de usar seu nome para conspirar contra outro país. Eles estão fazendo campanha, dificilmente tocarão nessa questão — declarou.
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— A Espanha, em vez de enfiar a cabeça no buraco como um avestruz, deveria estar investigando isso, porque as ações do CNI (Centro Nacional de Inteligência da Espanha) não podem ser feitas sem que ninguém de lá saiba — afirmou.
A tensão entre Espanha e Venezuela se intensificou nos últimos dias, depois de Edmundo González Urrutia — diplomata aposentado e ex-candidato à presidência pelo país latino-americano — ter chegado a Espanha no domingo passado para pedir asilo, após um mês escondido no seu país.
Segundo Cabello, os relatos do governo venezuelano seriam apenas uma parte da suposta conspiração. Além disso, ele indica que os Estados Unidos estariam liderando os planos de ataque e que a Espanha "forneceria os mercenários estrangeiros para realizar essa operação”.
Em uma coletiva dada neste sábado, o ministro alegou que os seis estrangeiros detidos estavam envolvidos em conspirações “terroristas” que tinham como objetivo "atentar contra a vida do Presidente" e "desestabilizar o país", na sequência das eleições presidenciais de 28 de julho, cujo resultado oficial — a reeleição de Maduro — foi questionado por grande parte da comunidade internacional.
Os dois espanhóis detidos se chamam José María Basua e Andrés Martínez Adasme, os quais Cabello acusa de estarem ligados ao CNI espanhol.
— Eles falam de participação ativa, dizem fazer parte de um contingente de mercenários do governo espanhol que, através do seu centro de inteligência, pretende atacar nosso país — continuou o número dois da ditadura chavista.
Eleições na Venezuela
Cabello também anunciou a prisão de três americanos: Wilbert Josep Castañeda, um “militar ativo” dos Estados Unidos, identificado pelo ministro como o “chefe” do plano, Estrella David e Aaron Barren Logan. Na semana passada, os Estados Unidos informaram que um cidadão americano tinha sido detido, sem fornecer mais detalhes.
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