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Polícia boliviana liberta chefe de brigada médica cubana

Cuba anunciou que irá repatriar 725 funcionários que estão em território boliviano
Apoiadores de Morales, com a Whipala, bandeira aimará, bloqueiam ruas de El Alto, vizinha a La Paz Foto: DAVID MERCADO / REUTERS
Apoiadores de Morales, com a Whipala, bandeira aimará, bloqueiam ruas de El Alto, vizinha a La Paz Foto: DAVID MERCADO / REUTERS

LA PAZ - A chefe da brigada médica cubana na Bolívia, Yoandra Muro , foi libertada nesta sexta-feira em La Paz, depois de ser detida e interrogada pela polícia, informou o ministro da Saúde de Cuba, José Angel Portal.

"Depois de ser submetida a detenção e interrogatório injustificados por parte da polícia, ela voltou à sede da coordenação com seus companheiros", afirmou Portal em sua conta no Twitter.

Algumas horas antes, o Ministério das Relações Exteriores havia relatado a prisão de Yoandra e de outro funcionário, somando seis membros encarcerados daquela missão.

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"A coordenadora da brigada médica cubana na Bolívia, Yoandra Muro, foi detida injustamente, juntamente com o oficial de logística Jacinto Alfonso Pérez", disse Eugenio Martínez, diretor da América Latina no Ministério das Relações Exteriores de Cuba.

Portal não detalhou a situação dos outros cinco detidos. Segundo Martínez, Yoandra foi presa em sua casa em La Paz e, "curiosamente" no momento da prisão, um carro da embaixada dos Estados Unidos estava estacionado "nas proximidades daquela casa".

Mas o ministro das Relações Exteriores, Bruno Rodríguez, foi mais categórico em sua conta no Twitter e disse que "a embaixada dos EUA participa da instigação à violência contra médicos cubanos".

Rodriguez publicou uma foto do carro, anotou sua placa 28-CD-17 e escreveu o endereço onde ele estava no momento da operação policial.

"Reiteramos nossa denúncia e pedimos às autoridades bolivianas que respondam pela responsabilidade que têm de proteger. Protejam os colaboradores cubanos e garantam sua integridade física", acrescentou Martínez.

A chancelaria cubana afirma que quatro membros da Brigada Médica de El Alto foram presos na quarta-feira, sob a "presunção caluniosa" de que incentivaram e financiaram os protestos na Bolívia, e anunciou que irá repatriar 725 funcionários que estão em território boliviano desde o primeiro governo do ex-presidente Evo Morales, que renunciou no domingo.

A chancelaria explicou que os quatro cubanos, sendo dois médicos, detidos na quarta, foram abordados quando voltavam para casa "com o dinheiro sacado de um banco para pagar serviços básicos e aluguel dos 107 membros da Brigada Médica" que Cuba mantém em El Alto, cidade vizinha de La Paz.

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Cuba "insta as autoridades bolivianas a impedirem a exacerbação de expressões anticubanas irresponsáveis e o ódio, difamação e instigações de violência contra cooperadores cubanos, que deram sua contribuição solidária à saúde desse irmão boliviano", afirmou o comunicado. escrito

A venda de serviços profissionais, principalmente médicos, é a principal fonte de divisas para a ilha, correspondendo a pouco mais de 6.000 milhões de dólares no ano passado.

Cuba acusa os Estados Unidos de difamar e sabotar essa cooperação médica.

A saída dos médicos cubanos da Bolívia se une à decisão anunciada na terça-feira passada pelo governo equatoriano de encerrar acordos com a ilha para o envio de brigadas médicas para esse país.