WASHINGTON - Steve Bannon, antigo estrategista-chefe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi intimado pelo procurador especial Robert Mueller para testemunhar diante de um grande júri numa investigação sobre supostas ligações entre a Rússia e a campanha presidencial de 2016 de Trump, disse o "New York Times" nesta terça-feira. Ele já falou para o Congresso nos últimos dias, mas sua recusa em cooperar com a Comissão de Inteligência da Câmara o fez ser intimado também pelos deputados que investigam paralelamente o caso.
Essa é a primeira vez conhecida em que Mueller faz uma intimação contra um integrante do círculo próximo de Trump, afirmou o jornal. O "New York Times" citou uma pessoa com conhecimento direto sobre o assunto. Um porta-voz de Mueller não quis comentar. Bill Burck, advogado de Bannon, não foi encontrado de forma imediata para falar sobre o tema.
Bannon, um defensor da pauta "America First" (América Primeiro) de Trump, foi um dos assessores mais próximos do republicano durante a campanha eleitoral, a transição presidencial e os primeiros meses do presidente na Casa Branca.
Contudo, os dois romperam de forma pública por conta dos comentários de Bannon para o autor do livro "Fogo e Fúria: Por dentro da Casa Branca de Trump", Michael Wolff.
No livro, Bannon descreve uma reunião entre pessoas ligadas a Trump, incluindo o seu filho Donald Trump Jr. e Jared Kushner, cunhado do presidente, com uma advogada russa como "não patriótica" e envolvendo traição.
A reunião se deu após Donald Trump Jr. ter sido informado por um email que o governo russo tinha informação comprometedora sobre a candidata democrata, Hillary Clinton, ao qual ele respondeu: "Eu amo isso".
Bannon foi demitido pela Casa Branca em agosto e voltou para o seu site Breitbart. Ele continuou a falar com Trump e tentou promover a pauta do presidente.
Contudo, Trump acusou Bannon de ter "perdido a cabeça", devido aos comentários para Wolff. Dias depois, Bannon deixou o posto de presidente do Breitbart News.
O ex-estrategista-chefe da Casa Branca, Steve Bannon, classificou uma reunião de 2016 entre uma advogada russa e assessores de Trump na campanha — incluindo seu filho e genro — para buscar podres contra Hillary Clinton como “traição” e “ato antipatriótico”. Trump atacou Bannon, acusando-o de perder a cabeça.
Descrença na vitória
Wolff diz que a campanha de Trump não acreditava que ele venceria as eleições — e nem mesmo o próprio republicano achava que sairia vitorioso. O objetivo da família Trump com a campanha seria autopromover-se e se tornar ainda mais famosa em escala internacional. Trump estaria radiante, mesmo que se visse prestes a ser derrotado.
Lágrimas de Melania
Na noite de 8/11/2016, quando apuravam-se os votos da eleição, a possibilidade inesperada de uma vitória apanhou a família Trump de surpresa. Ele próprio teria ficado, primeiro, em choque, e depois, horrorizado. Enquanto isso, sua mulher, Melania, teria caído em prantos — mas de desespero, e não de alegria.
John quem? Constituição?
O autor diz que Trump não sabia quem era o presidente da Câmara dos Representantes, John Boehner. A revelação teria vindo à tona quando o atual presidente recebia sugestões para ser chefe de Gabinete: “Quem é esse?” Trump também teria se mostrado enfadado com tentativas de aprender a Constituição dos EUA.
Posse sem graça
Trump não teria ficado nada feliz no dia da sua cerimônia de posse, após recusa de vários artistas em participar do evento. Ele teria se mostrado irritado o dia todo e brigado com a mulher, Melania, enquanto se queixava de vários aspectos da cerimônia.
Segundo o livro, a filha mais velha de Trump já tem planos para, se houver oportunidade, concorrer à Casa Branca. Os relatos são de que Ivanka, assessora do pai, teria dito que ela seria a primeira mulher na Presidência dos EUA, e não a democrata Hillary Clinton.
O filho mais velho do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encontrou uma advogada russa que ele acreditava ter informações comprometedoras de Hillary Clinton, rival democrata de Trump na corrida presidencial. Trump Jr. divulgou no Twitter os e-mails trocados com o assessor Rob Goldstone em que o material prejudicial a Hillary foi oferecido.
Jared Kushner
O genro e assessor de Trump discutiu a criação de um canal secreto com a Rússia com o embaixador do país nos EUA, Sergey Kislyak. A pedido de. Kislyak, Kushner também se encontrou com Sergey Gorkov, um diplomado da escola de espionagem da Rússia e agora chefe do Vnesheconombank, um banco estatal russo sancionado pelo ex-presidente Barack Obama.
Michael Flynn
O ex-conselheiro de Segurança Nacional deixou o cargo devido aos seus laços com a Rússia. Flynn manteve relações e negociações indevidas com russos sobre o fim do embargo econômico americano a Moscou, além de ter recebido recursos de empresas do país. Ele ocultou as informações do Pentágono ao ser sabatinado para ocupar a função.
Jeff Sessions
O atual procurador-geral dos EUA falou duas vezes com o embaixador russo, Sergey Kislyak, enquanto era assessor de segurança nacional da campanha de Trump. Em uma audiência no Senado, ele negou ligações com a Rússia. Assim como Flynn, ao ser sabatinado para o cargo, Sessions não mencionou os encontros com os russos.
Paul Manafort
O chefe da campanha de Trump participou junto com Jared Kushner e Donald Trump Jr. da reunião com a advogada russa que supostamente iria repassar informações comprometedoras de Hillary a Trump. Segundo funcionários do governo ucraniano., Manafort tem laços profundos com a Ucrânia e a Rússia.