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Promotor e Câmara intimam Bannon sobre caso de conluio com Rússia

Ideólogo do trumpismo, ex-estrategista-chefe foi expurgado após crítica a ex-colegas
Bannon observa Trump em reunião Foto: NICHOLAS KAMM / AFP
Bannon observa Trump em reunião Foto: NICHOLAS KAMM / AFP

WASHINGTON - Steve Bannon, antigo estrategista-chefe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi intimado pelo procurador especial Robert Mueller para testemunhar diante de um grande júri numa investigação sobre supostas ligações entre a Rússia e a campanha presidencial de 2016 de Trump, disse o "New York Times" nesta terça-feira. Ele já falou para o Congresso nos últimos dias, mas sua recusa em cooperar com a Comissão de Inteligência da Câmara o fez ser intimado também pelos deputados que investigam paralelamente o caso.

Essa é a primeira vez conhecida em que Mueller faz uma intimação contra um integrante do círculo próximo de Trump, afirmou o jornal. O "New York Times" citou uma pessoa com conhecimento direto sobre o assunto. Um porta-voz de Mueller não quis comentar. Bill Burck, advogado de Bannon, não foi encontrado de forma imediata para falar sobre o tema.

Bannon, um defensor da pauta "America First" (América Primeiro) de Trump, foi um dos assessores mais próximos do republicano durante a campanha eleitoral, a transição presidencial e os primeiros meses do presidente na Casa Branca.

Contudo, os dois romperam de forma pública por conta dos comentários de Bannon para o autor do livro "Fogo e Fúria: Por dentro da Casa Branca de Trump", Michael Wolff.

No livro, Bannon descreve uma reunião entre pessoas ligadas a Trump, incluindo o seu filho Donald Trump Jr. e Jared Kushner, cunhado do presidente, com uma advogada russa como "não patriótica" e envolvendo traição.

A reunião se deu após Donald Trump Jr. ter sido informado por um email que o governo russo tinha informação comprometedora sobre a candidata democrata, Hillary Clinton, ao qual ele respondeu: "Eu amo isso".

Bannon foi demitido pela Casa Branca em agosto e voltou para o seu site Breitbart. Ele continuou a falar com Trump e tentou promover a pauta do presidente.

Contudo, Trump acusou Bannon de ter "perdido a cabeça", devido aos comentários para Wolff. Dias depois, Bannon deixou o posto de presidente do Breitbart News.

O ex-estrategista-chefe do governo de Donald Trump, Steve Bannon Foto: JOE RAEDLE / AFP
O ex-estrategista-chefe do governo de Donald Trump, Steve Bannon Foto: JOE RAEDLE / AFP

INFOGRÁFICO: Teia de relações de Trump com a Rússia