Rússia ameaça Finlândia e Suécia: 'Sérias consequências político-militares' caso se juntem à Otan

Declarações ocorrem após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmar que seu país estava recebendo apoio dos governos de Helsinque e Estocolmo; Biden diz que aliança está de 'portas abertas'
Bandeira da Otan tremula durante cerimônia de chegada de tropas dos EUA na base militar de Adazi, na Letônia Foto: INTS KALNINS / REUTERS

A Rússia ameaçou, nesta sexta-feira, Finlândia e Suécia com “graves consequências político-militares” caso os dois países, que assumiram há tempos uma posição de neutralidade, se juntem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar comandada pelos Estados Unidos. 

— A Finlândia e a Suécia não devem usar política de segurança prejudicando a segurança de outros países — disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, durante uma entrevista coletiva. — Claramente a adesão da Finlândia e da Suécia à Otan, que é antes de tudo uma aliança militar, teria sérias repercussões político-militares que exigiriam uma resposta de nosso país.

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Após as declarações, o presidente americano, Joe Biden, disse que a aliança manterá sua política de “portas abertas” aos países europeus que “compartilhem seus valores e que queiram se unir a ela”.

No Twitter, o ministério ainda acrescentou: “Nós consideramos a posição do governo finlandês de manter uma política militar de não alinhamento como um fator importante para garantir a segurança e a estabilidade no Norte da Europa”.

Pessoas fazem fila em frente a um supermercado enquanto fumaça sobe sobre a cidade de Vasylkiv, nos arredores de Kiev, após ataques russos noturnos atingirem um depósito de petróleo Foto: DIMITAR DILKOFF / AFP - 27/02/2022
Militares ucranianos assumem posições na base aérea militar Vasylkiv, na região de Kiev, Ucrânia Foto: MAKSIM LEVIN / REUTERS - 27/02/2022
Militares ucranianos se abrigam em um abrigo em posições de combate na base aérea militar Vasylkiv, na região de Kiev, Ucrânia Foto: MAKSIM LEVIN / REUTERS - 27/02/2022
Militares ucranianos se abrigam em um abrigo em posições de combate na base aérea militar Vasylkiv, na região de Kiev, Ucrânia Foto: MAKSIM LEVIN / REUTERS - 27/02/2022
Corpo de um militar russo está perto de veículos militares russos destruídos na beira da estrada nos arredores de Kharkiv Foto: SERGEY BOBOK / AFP - 26/02/2022
Fumaça e chamas são vistas em Kiev durante novo bombardeio russo, na madrugada de sábado (26) Foto: GLEB GARANICH / REUTERS
Membros do serviço ucraniano procuram e coletam projéteis não detonados após um ataque a Kiev neste sábado pela manhã Foto: SERGEI SUPINSKY / AFP
Míssel russo atingiu prédio residencial da capital Kiev Foto: GLEB GARANICH / REUTERS
Míssel russo atingiu prédio residencial da capital Kiev Foto: GLEB GARANICH / REUTERS
Militares ucranianos descansam após combate noturno Foto: VALENTYN OGIRENKO / REUTERS
Militares ucranianos inspecionam um veículo danificado, no local de combate com tropas russas em Kiev Foto: VALENTYN OGIRENKO / REUTERS
Bombeiros trabalham em um prédio residencial danificado na rua Koshytsa, um subúrbio da capital ucraniana Kiev, onde um bombardeio militar supostamente atingiu explosões ouvidas na capital Foto: GENYA SAVILOV / AFP
Lançador de foguetes do Exército Russo destruído com a letra "Z" pintada em sua lateral em Kharkiv, Ucrânia, em 25 de fevereiro de 2022 Foto: MAKSIM LEVIN / REUTERS
Uma vista mostra prédios destruídos após bombardeios na cidade de Starobilsk, na região de Luhansk, Ucrânia Foto: STATE EMERGENCY SERVICE / via REUTERS
Homem tira fotos de um prédio residencial danificado na rua Koshytsa, um subúrbio da capital ucraniana Kiev Foto: DANIEL LEAL / AFP
Mulher limpa destroços em um prédio residencial danificado na rua Koshytsa, um subúrbio da capital ucraniana Kiev Foto: DANIEL LEAL / AFP
Um homem limpa destroços em um prédio residencial danificado na rua Koshytsa, um subúrbio da capital ucraniana Kiev Foto: DANIEL LEAL / AFP
Pessoa fica em frente a um prédio residencial danificado, depois que a Rússia lançou uma operação militar maciça contra a Ucrânia, em Kiev, Ucrânia Foto: UMIT BEKTAS / REUTERS

As declarações ocorrem após o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky , afirmar que seu país estava recebendo apoio dos governos de Helsinque e Estocolmo, depois que a Rússia invadiu o território ucraniano, na quinta-feira.

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“Grato à Finlândia por alocar US$ 50 milhões em ajuda. É uma contribuição efetiva para a coalizão antiguerra”, escreveu o líder ucraniano no Twiter. Em outra publicação, ele agradeceu também à Suécia, por fornecer “assistência militar, técnica e humanitária à Ucrânia”.

Finlândia e Suécia não são membros da Otan, embora o primeiro participe de alguns assuntos, a exemplo da reunião que ocorre nesta sexta-feira, em Bruxelas, para discutir a invasão da Ucrânia pela Rússia. A Suécia é neutra desde o início do século XIX, e a Finlândia, desde o fim da Segunda Guerra Mundial.

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No mês passado, a primeira-ministra finlandesa Sanna Marin disse que era "muito improvável" que o país aderisse durante o seu mandato à aliança atlântica.

No entanto, na quinta-feira, a primeira-ministra finlandesa, Sanna Marin, disse que poderia pleitar a adesão à Otan "caso a questão da segurança nacional se torne aguda". Foi essa declaração que motivou o tuíte da porta-voz da Chancelaria russa.

O não ingresso da Finlândia na Otan correspondeu a acertos feitos durante a Guerra Fria. Entre suas divergências atuais com a Otan, a Rússia tem acusado a aliança militar de violar um um acordo firmado no em 1999 no âmbito de Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) no qual os países se comprometiam a  não "fortalecer sua segurança à custa da segurança de outros Estados” .

Para Moscou, a expansão contínua da Otan desde o fim da Guerra Fria viola os compromissos posteriores e anteriores ao fim da União Soviética.