Mundo Rússia

Rússia quer nos apagar, diz Zelensky no 7º dia de guerra

Em vídeo, presidente ucraniano afirma que seu Exército já matou quase 6 mil soldados russos, mas criticou apoio do Ocidente, dizendo não ser suficiente
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, faz apelo em vídeo Foto: AFP
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, faz apelo em vídeo Foto: AFP

KIEV —  A Rússia pretende apagar a Ucrânia, sua história e seu povo, disse o presidente Volodymyr Zelensky em um vídeo na quarta-feira, quando o sétimo dia da invasão de Moscou ao seu vizinho começou com um bombardeio pesado no porto de Mariupol, no Mar Negro.

Moscou passou a bombardear cidades ucranianas na terça-feira e parecia pronta para um avanço sobre Kiev, enquanto o Ocidente apertava as sanções econômicas contra a Rússia em retaliação.

Ação russa: Baixo desempenho da Força Aérea russa na Ucrânia causa perplexidade em analistas militares

Leia também: Soldados russos estariam se rendendo sem resistência aos ucranianos, diz Pentágono

Mas Zelensky, com a barba por fazer e vestindo uma camiseta cáqui, disse que a resposta do Ocidente não foi suficiente, pedindo mais apoio internacional, incluindo o apoio à tentativa da Ucrânia de ingressar na União Europeia.

—  Não é hora de ser neutro —  disse Zelensky, que afirmou que  o Exército ucraniano matou quase 6.000 soldados russos até agora, o que não foi confirmado pela Defesa da Rússia.

Posicionamento: Chanceler chinês sinaliza mudança de posição e, em conversa com colega ucraniano, se dispõe a ajudar em cessar-fogo com Rússia

Referindo-se ao bombardeio de terça-feira em Kiev, próximo a Babyn Yar — local do massacre de 30 miljudeus na Segunda Guerra Mundial pelas tropas de ocupação alemãs e colaboradores ucranianos —  Zelenskiy disse:

— Este ataque prova que, para muitas pessoas na Rússia, nossa Kiev é absolutamente estrangeira. Eles não sabem nada sobre Kiev, sobre nossa história. Mas todos eles têm ordens para apagar nossa história, apagar nosso país, apagar todos nós.

Fuga : Refugiados da Ucrânia já passam de 800 mil, diz ONU, que faz apelo por tratamento igualitário de africanos

O porto de Mariupol, no Sudeste da Ucrânia, no Mar de Azov, estava sob constante bombardeio e incapaz de retirar os feridos, enquanto Kherson, no Mar Negro, a oeste, estava completamente cercada por forças russas, disseram autoridades locais nesta quarta-feira.

—  Todos nós morremos novamente por Babyn Yar. Embora o mundo tenha prometido repetidas vezes que isso nunca aconteceria novamente —  disse Zelensky. — VVocê não vê o que está acontecendo? É por isso que é muito importante, agora, que vocês, milhões de judeus ao redor do mundo, não fiquem em silêncio. Porque o nazismo nasce em silêncio. Grite sobre o assassinato de civis, grite sobre o assassinato de ucranianos.