O Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cobrou ações ambientais concretas do Brasil nesta quinta-feira, citando as metas para alcançar a neutralidade de carbono e eliminar o desmatamento, informou o Departamento de Estado. O recado foi dado em telefonema ao chanceler brasileiro, Carlos França, para parabenizar o país pela assinatura de um acordo de cooperação em projeto da Agência Espacial Americana (Nasa).
“Eles discutiram as metas encorajadoras do presidente Bolsonaro para alcançar a neutralidade de carbono até 2050, dobrar o financiamento para combater o desmatamento ilegal e eliminar o desmatamento ilegal até 2030, e a necessidade de sustentar essas metas com etapas de implementação concretas no curto prazo”, disse o Departamento de Estado em nota.
Ainda segundo o Departamento, Blinken também parabenizou o chanceler pela eleição do Brasil para o Conselho de Segurança das Nações Unidas e por se tornar o primeiro signatário latino-americano do Projeto Artemis, que
pretende levar a primeira mulher
e o próximo homem à superfície lunar em 2024. O acordo de cooperação entre os países foi oficializado na terça-feira pelo presidente Jair Bolsonaro em cerimônia no Palácio do Planalto.
Apesar das promessas feitas pelo governo brasileiro na
Cúpula de Líderes sobre o Clima
, em abril, a previsão inicial de orçamento para o Ministério do Meio Ambiente em 2021 era a menor desde o início do século, incluindo cortes de 29,1% nos recursos do Ibama e de 40,4% nos do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Por causa desse esvaziamento, em 2019 e 2020 — os dois primeiros anos do governo Bolsonaro — o desmatamento da Amazônia atingiu os maiores números desde 2008, chegando a 10.129km² e 11.088km², respectivamente, segundo o sistema de monitoramento oficial Prodes.
No Twitter, Blinken também parabenizou o governo brasileiro pela assinatura no Projeto Artemis:
“Valorizo nossa forte parceria com o Brasil e estou ansioso para aprofundar nossa cooperação econômica, ambiental e de segurança”.
Good to speak with Brazilian Foreign Minister Carlos França
@ItamaratyGovBr
today and congratulate him on Brazil’s signing of the Artemis Accords. I value our strong partnership with Brazil and am eager to deepen our economic, environmental, and security cooperation.
O programa Artemis marcará o retorno dos humanos à superfície lunar pela primeira vez desde 1972. A NASA afirmou que a missão estará focada em “alcançar a meta de um pouso tripulado inicial até 2024 com riscos técnicos aceitáveis, enquanto trabalha simultaneamente para a exploração lunar sustentável para o final dos anos 2020.”
A primeira fase do plano da NASA inclui um voo de teste de um mês ao redor da Lua, sem astronautas, chamado Artemis 1, previsto para o outono de 2021. Artemis 2 então completaria o mesmo voo de teste em 2023 com uma tripulação, e Artemis 3 começaria a missão tripulada com pouso em território lunar no ano seguinte.
Os astronautas da Artemis 3 passarão cerca de uma semana na superfície da Lua coletando amostras, conduzindo experimentos e procurando recursos, de acordo com o plano da NASA. No final da década, o plano prevê que a agência estabeleça uma base para humanos, chamada de acampamento-base Artemis, que apoiaria expedições mais longas na Lua e em Marte.
O cronograma da NASA, no entanto, depende de o Congresso liberar US$ 3,2 bilhões para construir um sistema de aterrissagem. No geral, o programa pede US$ 28 bilhões em financiamento até 2025.
De acordo com a NASA, 65 mulheres viajaram ao espaço até março de 2020. No ano passado, astronautas da agência americana fizeram história ao completar a primeira caminhada espacial comandada por uma tripulação 100% feminina.