Mundo

Separatistas catalães deixam prisão por poucas horas para posse no Parlamento espanhol

Sob julgamento, cinco legisladores poderão ter cargos suspensos
Josep Rull, Jordi Sánchez e Jordi Turull deixam sede do Parlamento espanhol, em Madri; separatistas catalães voltariam à prisão após terem tomado posse dos cargos para os quais foram eleitos Foto: Susana Vera / REUTERS
Josep Rull, Jordi Sánchez e Jordi Turull deixam sede do Parlamento espanhol, em Madri; separatistas catalães voltariam à prisão após terem tomado posse dos cargos para os quais foram eleitos Foto: Susana Vera / REUTERS

RIO — Cinco separatistas catalães presos, 24 representantes da extrema direita, um número recorde de mulheres e o maior grupo socialista já formado em muitos anos. A diversa composição do Parlamento que tomou posse na Espanha nesta terça-feira reflete as divisões políticas no país e, também, a situação de alta sensibilidade com a Catalunha. Os quatro deputados e um senador favoráveis à independência da região semi autônoma  eleitos em abril último foram autorizados a deixar o cárcere apenas por algumas horas para tomar posse dos seus cargos.

Conduzidos por agentes policiais até o Congresso, os independentistas Oriol Junqueras, Jordi Sánchez, Jordi Turull, Josep Rull e Raül Romeva foram aplaudidos pelos seus aliados. Eles são acusados de terem violado a Constituição ao terem feito uma intensa campanha pela separação catalã da Espanha em 2017, mas tiveram que jurar lealdade ao texto para tomar posse.

É possível, entretanto, que a Câmara e o Senado decidam rapidamente pela suspensão dos cargos dos cinco independentistas, sob a justificativa de que estão sendo julgados pela Suprema Corte. O tribunal rejeitou o pedido para deixá-los em liberdade para exercer plenamente a função de parlamentares.

Desde fevereiro, os cinco estão sendo julgados por rebelião, além de estarem presos há mais de um ano. As penas pedidas pela promotoria vão de sete anos e 25 anos.

Já o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), de Pedro Sánchez, conseguiu ampliar sua participação parlamentar, mas ainda precisa reunir uma maioria para governar no fragmentado Parlamento. Isso poderá demorar várias semanas para acontecer.

Enquanto isso, 24 legisladores do partido Vox compõem o primeiro bloco de extrema direita a ocupar assentos do Parlamento desde o fim da ditadura de Francisco Franco. Neste tempo, houve apenas um legislador de extrema direita entre 1979 e 1982.