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Suspeito de ataque em base americana pode ter publicado mensagens contra os EUA nas redes sociais

Militar saudita supostamente citou Osama bin Laden em publicações feitas antes de matar três pessoas em Pensacola, Flórida, e deixar outras oito feridas
Policiais fecham entrada da ponte que leva à base militar de Pensacola, após ataque que deixou três mortos Foto: Josh Brasted / AFP/06-12-2019
Policiais fecham entrada da ponte que leva à base militar de Pensacola, após ataque que deixou três mortos Foto: Josh Brasted / AFP/06-12-2019

PENSACOLA, Estados Unidos — O militar saudita acusado de matar três pessoas em uma base da Marinha dos Estados Unidos na Flórida aparentemente publicou críticas às guerras travadas pelos EUA e citou o falecido líder da al Qaeda Osama bin Laden nas redes sociais antes do ataque a tiros, de acordo com um grupo que monitora extremismo online.

Investigadores federais não divulgaram os motivos por trás do ataque, que aconteceu na sexta-feira quando o saudita atirou com uma pistola dentro de uma sala de aula na Estação Aérea Naval de Pensacola. Entre os mortos estava um recém-formado da Academia Naval que sonhava em ser um piloto de combate, de acordo com a família da vítima.

Um vice-xerife morreu após ser baleado pelo atirador, segundo as autoridades, no segundo ataque mortal a uma base militar na mesma semana. Dentro de poucas horas, o rei Salman, da Arábia Saudita, telefonou para o presidente americano, Donald Trump, para expressar seus sentimentos e prometer apoio à investigação.

As autoridades confirmaram que o suspeito era um oficial da Força Aérea Saudita que estava na base como parte de um programa de treinamentos da Marinha americana com outros países aliados. Elas não divulgaram o nome do militar saudita ou identificaram as vítimas.

Duas autoridades americanas, que falaram em condição de anonimato, disseram que o atirador era o segundo tenente Mohammed Saeed Alshamrani.

Duas das oito pessoas feridas eram vice-xerifes que foram baleados quando chegaram ao local do ataque, mas devem se recuperar.

Um dos mortos foi identificado por parentes como Joshua Kaleb Watson, de 23 anos. Ele era um recém-formado na Academia Naval em Annapolis e havia chegado a Pensacola há duas semanas para treinamentos, segundo a família.

Seis outros cidadãos sauditas foram levados por investigadores na Flórida para serem interrogados, relatou o New York Times, citando uma pessoa não identificada com informações dos estágios iniciais da investigação. Três deles foram vistos filmando o incidente.

Alshamrani aparentemente publicou em inglês no Twitter uma justificativa para o ataque poucas horas antes, de acordo com o Grupo de Inteligência SITE, que monitora extremismo islâmico na internet.

Ele se referiu às guerras travadas pelos EUA no Oriente Médio, dizendo odiar o povo americano por "cometer crimes não só contra muçulmanos, mas contra a humanidade". Ele também criticou o apoio de Washington a Israel, segundo o grupo, e citou bin Laden, mente saudita por trás dos ataques aos EUA em 11 de setembro de 2001.

A autenticidade dos relatos não puderam ser verificados de forma independente, à medida que a conta foi suspensa pelo Twitter na sexta-feira. o FBI se negou a responder perguntas sobre a conta.

A base nos arredores de Pensacola, perto da fronteira da Flórida com o Alabama, é um importante centro de treinamento da Marinha e emprega quase 16 mil militares e 7.400 civis, de acordo com seu site oficial.