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Artigos escritos por colunistas convidados especialmente para O GLOBO.

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Ao contrário de ser uma ideia contra o pensamento, a inteligência artificial, hoje, representa uma aproximação do cérebro às máquinas, como bem escreveu o acadêmico Cacá Diegues em coluna no GLOBO:

— A IA é uma forma avançada da cultura digital — afirmou ele.

A IA generativa jamais substituirá ilustradores, tradutores, revisores, editores e escritores. Há livros nascidos no ChatGPT, com os naturais problemas de direitos autorais não totalmente solucionados. Na verdade, não há motivo para pânico. É uma ferramenta que estará, sim, à disposição de profissionais do ramo, mas com a conclusão de que a máquina jamais substituirá uma mente criativa. A IA certamente se fixará em pequenos textos, mas não escreverá livros como faz o acadêmico Paulo Coelho ou fazia o saudoso acadêmico Carlos Heitor Cony. Não imaginamos a máquina capaz de produzir o clássico “Quase memória”, uma verdadeira obra-prima, que dependeu do talento incomparável do seu autor.

É claro que a tecnologia estará sempre e sempre sendo aperfeiçoada, mas é improvável que seja capaz, em algum momento, de criar algo totalmente novo. Empresas estão investindo em plataformas para aumentar sua produtividade. Também isso redundará numa redução de custos, que pode se tornar um tremendo incentivo.

No setor de minas, a utilização desses algoritmos é uma realidade, inclusive para a proteção de seres humanos. O uso da IA reflete o que se passa nas transformações digitais, visando à maior competitividade.

Assim como encontra soluções no mundo empresarial, a IA chegará com força total à educação — e aí estaremos vivendo novos tempos. Não é apenas com a presença de robôs e outras ferramentas no processo de ensino-aprendizagem que isso já acontece em escolas de vanguarda, mas com a reformulação na formação e aperfeiçoamento de professores e especialistas. Vemos os cursos superiores de pedagogia sendo amplamente modificados, para se adaptar, como convém, a esses novos tempos. E com laboratórios que contemplem as inovações, como é o caso nascente do reconhecimento facial, com todos os seus desdobramentos sobre a privacidade. Há sistemas controversos para ser devidamente analisados. Tudo se fará no seu devido tempo.

Estamos vivendo os efeitos da Quarta Revolução Industrial, com a necessária adoção da transformação digital. Não devemos nos impressionar, de início, com os custos elevados, que logo chegarão a limites razoáveis, como convém.

É necessário esse aumento de produtividade, inclusive para que se atinja a qualidade do nosso deficiente ensino técnico-profissional, a requerer uma revolução com a maior urgência.

*Arnaldo Niskier é escritor, professor e jornalista

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