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Recentemente, um artigo de jornal me impôs a alcunha de “prefeito-parque”, em virtude dos muitos parques construídos por minha gestão. O Rio seria, então, uma “cidade-parque”, imagem que rima com a já imortalizada ideia de uma cidade do encontro. Mas ela revela algo mais. Um compromisso não apenas de meu governo, mas de toda a minha trajetória pública: o esforço contínuo para trazer o Rio para o centro — adensar a área central da cidade a partir de seu encontro com o mar (no Porto Maravilha) e reverter a expansão desordenada e custosa para áreas menos estruturadas e mais afastadas, sobretudo em direção à Zona Oeste.

Carrego essas ideias desde meus tempos de subprefeito, quando combatia construções irregulares na Zona Oeste. Elas se traduzem na construção de uma cidade mais sustentável e resiliente e inspiram o novo Plano Diretor, recém-aprovado pela Câmara. Os parques públicos cumprem papel fundamental em sua materialização. Nas zonas Norte e Oeste, os novos parques, além de trazerem espaços de lazer para a população, aumentam a cobertura vegetal e estabilizam o crescimento desordenado. Ocupam terrenos que poderiam ser alvo de pressões imobiliárias, invasões e ocupações irregulares, requalificam o espaço urbano e melhoram a qualidade de vida.

Neste mês, na Zona Oeste, inauguraremos o Parque Realengo Susana Naspolini, com 77 mil m². As estrelas do parque são as cinco torres de até 40 metros de altura com vegetação, iluminação e vapor d’água, inspiradas nas árvores gigantes dos Gardens by the Bay de Cingapura. Há também um bosque com espécies nativas, hortas, espaços de esporte e lazer, jardins que captam águas pluviais. A mesma lógica sustentável rege o projeto do Parque Oeste, um megaparque de mais de 230 mil m² em construção em Inhoaíba, que contará ainda com uma escola e uma Nave do Conhecimento, e o Parque Rita Lee, já inaugurado na área do Parque Olímpico.

Os novos parques, em meio a regiões urbanizadas, ampliam o acesso a áreas verdes. São instrumentos cruciais da agenda climática que defendemos no U20, grupo das cidades do G20. Nesta Semana do Meio Ambiente, não haveria tema mais apropriado. A vegetação que eles inserem na paisagem urbana absorve a água das chuvas e reduz o risco de enchentes, auxilia o controle do microclima urbano, melhora a qualidade do ar e reduz a temperatura nas áreas mais quentes.

Na Zona Norte, cumprirá essa função o Parque Carioca da Pavuna, que, além de receber o plantio de 320 árvores de diferentes espécies da Mata Atlântica, refrescará os moradores com uma torre d’água de mais de 20m de altura. O Parque Piedade, em construção na área da antiga Gama Filho, terá um centro cultural, esportivo e educacional, restituindo espaços de inclusão e integração social.

O Parque Madureira Mestre Monarco, construído no coração do subúrbio carioca em meu primeiro governo, hoje é exemplo de como um parque pode transformar uma região. Os novos parques têm a mesma pretensão. Se fazem de mim um “prefeito-parque”, que assim seja. Refletem os anseios dos cariocas, mantêm a cidade nos trilhos do desenvolvimento sustentável e semeiam os símbolos de um Rio do futuro.

*Eduardo Paes é prefeito do Rio de Janeiro

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