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A opinião do GLOBO.

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Com a retomada das viagens aéreas depois da pandemia, os dois maiores aeroportos do país, Guarulhos e Congonhas, em São Paulo, já se mostram sobrecarregados. Em 2023, passaram por Guarulhos 40,4 milhões de passageiros, perto dos 42,2 milhões de 2019. Houve 260 mil decolagens, pouco abaixo das 274 mil daquele ano. Em Congonhas, foram 21,8 milhões de passageiros (ante 22,2 milhões em 2019) e 184 mil decolagens, mais que as 172 mil de antes da pandemia.

Usuários dos dois aeroportos padecem com saguões lotados, filas por todos os lados, embarques e desembarques na pista que exigem traslado em ônibus repletos, falta de escadas rolantes, banheiros sujos ou parcialmente interditados.

Numa avaliação feita no ano passado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) entre 12 aeroportos concedidos à iniciativa privada, Guarulhos — há 12 anos sob concessão da GRU Airport, que conta com participações minoritárias do grupo sul-africano Airports Company e da Infraero — apareceu como terminal com o pior serviço prestado. Congonhas, transferido à gestão privada em outubro, não entrou na avaliação. Desde a recente concessão ao grupo espanhol Aena, porém, o terminal já recebeu 38 queixas formais da Anac. Para os dois aeroportos há 155 processos abertos. Como as reclamações continuam, a tendência é esse número aumentar.

O terminal 2 de Guarulhos chama a atenção pela deterioração. Parte do telhado — como também no terminal 1 — data da inauguração do aeroporto, segundo Rodrigo Maciel, presidente do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos (SindiGru). Há ferrugem na estrutura do teto da área do desembarque doméstico, com risco de desabamento. Não é boa a impressão de quem fica algum tempo no terminal.

Também é uma dor de cabeça para os viajantes o acesso aos aeroportos. Em vários países, trem ou metrô chegam e partem de dentro dos terminais. Em Guarulhos, a estação de trem fica distante e ainda exige uma viagem de ônibus. Em Congonhas, a estação de metrô servindo o aeroporto deveria ter sido inaugurada há mais de dez anos.

Outra queixa dos passageiros refere-se a limpeza e conservação de banheiros, tanto em Guarulhos como em Congonhas. O GLOBO encontrou várias cabines interditadas nos dois aeroportos.

Deve-se reconhecer que, no caso de Congonhas, a concessão ainda está no início e há dificuldades físicas para ampliar a capacidade operacional. A concessionária Aena se comprometeu a construir um novo terminal, aumentando a quantidade de acessos para embarque e desembarque.

Antes disso, porém, tanto ela quanto a concessionária de Guarulhos deveriam tratar de cuidar das deficiências mais urgentes que atormentam a vida dos passageiros.

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