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Depois de três décadas de privatizações de rodovias federais e estaduais, a ampla maioria bem-sucedida, o governo pretende aperfeiçoar o modelo para levar os benefícios da gestão privada a estradas de tráfego menos intenso, mas relevantes na malha de conexões entre cidades do interior.

Uma alternativa em estudo no Ministério dos Transportes é oferecer aos concessionários um novo tipo de contrato para essas estradas, em que os recursos do pedágio são destinados exclusivamente à manutenção da rodovia. O custo de serviços como ambulância ou guincho fica a cargo dos motoristas que deles precisam. Em estradas com menos tráfego, diz o secretário executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro, não é possível oferecer todos os serviços sem que o pedágio fique caro demais, inviabilizando a concessão. Quando os serviços são pagos por quem usa, o pedágio pode ser mais barato.

O novo modelo pode trazer as concessões a estradas com volume de tráfego entre 2 mil e 5 mil veículos por dia (na Rodovia Presidente Dutra, só na Grande São Paulo transitam 180 mil nos dois sentidos). Um exemplo é um trecho de 200 quilômetros da Rodovia do Aço, a BR-393, ligando a divisa de Minas Gerais a Volta Redonda, no Rio de Janeiro. A BR-393 é mais extensa, mas apenas metade foi concedida à iniciativa privada. Há reclamações contra a concessionária por não ter cumprido requisitos do contrato. Caso seja devolvida, será concedida pelo novo modelo.

O governo pediu ao Banco Mundial um empréstimo de US$ 700 milhões para financiar esse novo modelo, que batizou de “concessões inteligentes”. Os recursos serão usados em obras, custeadas pelos cofres públicos, para recuperar essas estradas de volume médio de tráfego. A intenção é que a concessionária trate de mantê-las em boas condições. Para isso, não serão necessárias grandes obras que elevariam o valor do pedágio. Em certos casos, algumas obras de reparo poderão ficar a cargo da concessionária.

As vantagens são múltiplas. Com menos exigências, o valor do pedágio fica compatível com a realidade econômica da região. O Tesouro Nacional deixa de bancar a conservação dessas estradas por meio do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). E os motoristas viajam por uma rodovia bem conservada, com sinalização adequada, portanto com menos risco de acidentes e avarias mecânicas (e menos necessidade de guincho ou ambulâncias). Essa segunda geração de concessões confirma o acerto de atrair a iniciativa privada para o setor de infraestrutura.

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