Irapuã Santana
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Irapuã Santana

Doutor em Direito

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RESUMO

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GERADO EM: 09/09/2024 - 00:05

Desafio da Política para Idosos no Brasil

Com o aumento da população idosa e a falta de preparo do sistema previdenciário, o Brasil enfrenta um desafio urgente. Com dados alarmantes de pobreza e falta de apoio, a atenção à política do idoso é crucial. Cidadãos devem pressionar por políticas públicas efetivas e candidatos devem ser cobrados por propostas concretas para lidar com a questão.

O número de pessoas com mais de 65 anos no Brasil ultrapassou 22 milhões, um crescimento de 57,4% em relação a 2010. No mesmo período, jovens de até 14 anos saíram de 24,1% para 19,8%. O país está ficando mais velho, e algumas reflexões precisam ser feitas.

Uma recente foi a reforma da Previdência. No livro “Reforma da Previdência — Por que o Brasil não pode esperar?”, Paulo Tafner e Pedro Fernando Nery apontam a necessidade de modificar o sistema para ele não ruir. O aumento da expectativa de vida e a redução na taxa de natalidade geram pressão cada vez maior sobre o sistema previdenciário, que precisa arcar com um número crescente de aposentados e um número menor de contribuintes.

O problema é muito mais complexo. Em 2022, havia 67,8 milhões de pessoas na pobreza e 12,7 milhões na extrema pobreza (é considerado pobre quem tem renda mensal abaixo de R$ 637; extremamente pobre, menos de R$ 200). Agora, imagine um cenário em que uma sociedade tem 40% de sua população precisando de ajuda para se manter e envelhecida, com menos condições de trabalhar.

Segundo o Ipea, em 2020 havia no país 2,4 milhões de idosos que não conseguem fazer sozinhos suas atividades básicas diárias, como tomar banho, ir ao banheiro ou comer. O quadro mostra um país com muita pobreza, uma parcela considerável da população com idade avançada, precisando de ajuda para tudo.

O Brasil tem apenas 218 asilos públicos para o acolhimento e cuidado com os mais velhos, e 71% dos municípios nem sequer contam com qualquer instituição do gênero.

Considerando a projeção de que a proporção de idosos, que em 2010 era de 7,3%, poderá chegar a 40,3% em 2100 e que o percentual de jovens (com menos de 15 anos) poderá cair de 24,7% para 9%, o país está diante de uma tragédia social, caso não tome medidas para evitá-la.

“A causa da família, não raramente, se resume a palavras de ordem. Impõe-se, portanto, a necessidade de buscar políticas públicas baseadas em evidências, afinal o Brasil precisa de soluções urgentes e efetivas”, diz Maria Clara Rousseau, diretora de comunicação da ONG Family Talks. “Cabe aos cidadãos pressionar para que seus próximos líderes tenham a família por prioridade, ampliando a oferta de Instituições de Longa Permanência (ILPI) e de Instituições de Centros-Dia.”

Em ano eleitoral e diante da completa ausência de amparo para esse grupo tão especial, torna-se importante procurar saber o que o candidato em que você pretende votar fará a respeito do tema. É justamente nas cidades que o atendimento se faz diretamente ao público, é bandeira concreta, necessária e dentro das atribuições dos políticos que pedem seu voto hoje. Portanto, deve ser exigido que haja planejamento de prevenção, olhando realmente para quem mais precisará amanhã.

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