Nathalia Dill fala de personagem com câncer em nova novela e de maternidade

— Ela representa muito o feminino daquela época, tem uma trajetória muito potente. É bacana retratar como essas mulheres viviam e sobreviviam ali, naquele tempo. Especificamente, como lidavam com a doença, com o casamento, com o amor. Há um estigma em torno da doença, de como lidar e tratar. Ainda mais com um câncer que está no seio, uma parte do corpo que é o símbolo do feminino. Naquela época, as pessoas não sabiam como era. Achavam que era algo contagioso, não sabiam como pegava. Acho que até se assemelha um pouco à Covid no início, quando ninguém sabia muito como a coisa acontecia.

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Nathalia diz que já gravou várias sequências importantes, como uma em que a moça recebe a notícia do diagnóstico e outra em que aparece quase morrendo:

— A gente tem todos os capítulos, já sabe o que acontece. É diferente das novelas na TV aberta, em que fazemos aos poucos. Acho que dificulta mais. Numa novela, a gente grava muita coisa fora de ordem, mas não é tão misturado, não grava final junto com início. Tenho que estar mais atenta, tem que ser um estudo de tudo de uma vez. E você não tem a expectativa da resposta do público. Às vezes você faz uma opção e, depois que vai ao ar, tem uma resposta e mexe em alguma coisa. E você deixa espaço para ter o que crescer lá na frente. Aqui a gente consegue definir e tomar decisões mais concretas.

Em breve, Nathalia viajará para o Nordeste para gravar mais cenas. Acabará ficando um período longe da filha, Eva, de 2 anos e meio, do casamento com Pedro Curvello, com quem está desde 2018. Ela diz que a menina agora entende melhor sua necessidade de sair de casa e, por isso, ainda não sabe se vale a pena levá-la.

— Eu explico que vou trabalhar e que sempre volto. A cada fase vai ficando mais maravilhoso. Ela é engraçada, muito decidida, desconcerta qualquer um. Tem umas coisas que fala com uma certeza, uma propriedade... — afirma a atriz, que detalha os desafios da educação: — A gente nunca tem certeza de nada porque não tem uma regra. Eu penso: "Será que isso que estou impondo é deste jeito? Será que estou impondo demais? Como respeito a minha filha e ao mesmo tempo consigo dar educação e colocar limites e respeito?". É sempre esse jogo.

Ela diz que a convivência com o marido em meio às descobertas da maternidade tem sido tranquila, mas conta que surgem divergências naturais.