Ultimamente, Lana Rhodes tem revivido momentos do início da sua carreira profissional, como paquita da Xuxa, por conta da grande repercussão da série documental do Globoplay sobre a apresentadora:
— Eu era tão grata por aquilo estar acontecendo, algo que nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar. Eu tentava dar o meu melhor a todo momento. Não sentia nenhuma pressão para fazer isso. Hoje, eu entendo que sim, trabalhar de segunda a segunda, com responsabilidades de adulto, era uma grande pressão.
Ela diz que tem muito orgulho de ter sido uma paquita:
— Eu costumo dizer que não sou ex-paquita. Não tem como ser. Isso está dentro de mim, faz parte do que eu sou. Sempre fui completamente apaixonada pela Xuxa. Sou fã dela como pessoa e como profissional.
Sobre as colegas de palco, Lana diz que mantém muitas amizades, por exemplo, com Stephanie Gulin, que atualmente faz parte do mesmo coletivo de teatro, o Coletivo Impermanente. Atualmente, o grupo está em cartaz com o espetáculo “O que o meu corpo nu te conta”, em que o elenco fica nu em cena e conta histórias reais envolvendo os atores:
— A plateia participa sentada muito próxima da gente. Nós ficamos completamente nus, mas digo com convicção que ninguém sai do espetáculo impactado pela nudez, e sim pelas histórias. São relatos potentes e que atingem diferentes públicos. No nosso coletivo, temos mulheres cis e trans, pessoas gordas e magras... São vários corpos.
Ela afirma que nudez não é um tabu e que já havia ficado sem roupa no espetáculo “Macunaíma”, com direção de Bia Lessa, em 2019:
— Há um estereótipo construído sobre o meu biotipo e também pelo meu histórico como paquita. Automaticamente, uma mulher loura dos anos 1990 é sexualizada. Eu sempre quis subverter isso. Então, a nudez, dentro dos meus trabalhos artísticos, é algo político. Eu não fico nua à toa, mas dentro de um contexto artístico.
Além da carreira artística, Lana dedica seus dias ao trabalho como executiva de relações humanas numa empresa na área de saúde. A ideia é abrir novos caminhos profissionais:
— Vivemos um momento de grande transformação social, com novos corpos e belezas em evidência. Acho que, neste contexto, eu, como uma atriz dentro de um padrão que por muito tempo foi privilegiado, preciso entender e ter paciência com as oportunidades. E na empresa trabalho com algo dentro da minha área, que é o ser humano. Há 25 anos eu trabalho com gente.
Lana é mãe de Manuela, de 14 anos, e diz que a filha também pensa em seguir a carreira artística, mas atrás das câmeras:
— A Manu quer ser cineasta, diz que quer colocar o ponto de vista dela sobre o mundo nos filmes.