Leonardo Miggiorin chegou aos 41 anos de idade com a meta de encontrar papéis que estejam em sintonia com seu atual momento de vida. "Minha cara não é mais de garoto", avisa ele, que voltou à Globo depois de dez anos para fazer um personagem mais maduro. O ator interpreta o fotógrafo Renato na segunda temporada da série musical “Vicky e a Musa”, cujo lançamento está previsto para dezembro, no Globoplay:
— Ele tem um caso no passado com a mãe de uma das protagonistas, interpretada pela atriz Tabatha Almeida. Quando retorna de viagem, manda um convite para que ela vá à sua exposição de fotos. Quem vai é a filha dela. Então surge a dúvida se Renato é ou não o pai da menina.
Ele acredita que o personagem marca uma nova fase de sua carreira.
— Estava preso em um perfil de personagem, de garoto, que já não aguentava mais fazer. Conquistar um papel de homem mais velho e com outras nuances é libertador. É um caminho doloroso, claro. No entanto, me apropriei das minhas escolhas, e as perdas também são necessárias — explica o ator, que ganhou fama como Zezinho em “Presença de Anita” (2001) e passou os últimos 18 anos interpretando personagens jovens, como o Rodrigo de "Mulheres apaixonadas", atualmente em reprise na Globo.
Além de ator, Miggiorin é psicólogo de formação. Ele passou a aplicar o conhecimento de Psicologia e Psicodrama, linha de sua pós-graduação, para tocar o Projeto Casa Encontro, voltado para idosos, em Heliópolis, em São Paulo.
— Levo a eles o acolhimento e atividades de psicodrama. As pessoas estão muito sozinhas, e essa é uma forma de dar a elas motivação e carinho — diz ele, que ainda trabalha como professor universitário na faculdade de Psicologia: — Os alunos falam que suas mães me adoram.
A nova fase profissional vem ao encontro da vida afetiva. Em maio, o ator falou pela primeira vez do seu relacionamento com o diretor comercial e produtor João Victor Amado, com quem está há três anos e meio. Miggiorin comenta os debates sobre o projeto de lei pela proibição do casamento homoafetivo:
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— Ninguém tem que impedir o afeto. Não sou casado, mas sou muito namorador. Tenho certeza de que quero casar e que vou ter filhos. Tenho quatro sobrinhos e confesso que comecei a sonhar com uma família. Não nasci para ficar sozinho. Sou um cara com relações duradouras. Sonho de vida é ter uma casa, com uma grande árvore e crianças. É o direito à inclusão. Invisto na parceria e no amor. Estou bem com a minha família, trabalhando, fazendo as minhas escolhas, do que eu sou, da minha essência. Venho quebrando padrões. Um amadurecimento. Estou construindo coisas em que acredito. Não quero mais agradar a todos, até porque quem disse que todos me agradam?