Entrevistas
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Por Anna Luiza Santiago

Grande sucesso da faixa das 19h, "Cheias de charme" será reexibida na Edição Especial, logo após o "Jornal hoje", a partir do próximo dia 11. Os telespectadores, então, vão poder matar a saudade de Ricardo Tozzi, que viveu Inácio e Fabian na trama. Ele está longe das novelas desde 2018, quando interpretou Xavier Vidal em "Orgulho e paixão".

— Essa novela, na verdade, se comunicou com o povo brasileiro de uma forma que nem a gente tem dimensão. A identificação bateu na alegria do povo brasileiro. Ela é uma novela mais feliz. A gente conseguiu construir um universo que é mais legal realmente do que o que a gente vive. É mais colorido, mais inocente. Os vilões não eram grandes vilões, eram tramas mais simples. É uma novela que fala do povo brasileiro, até porque a ótica do protagonista sai da sala principal e vai para a área de serviço. As protagonistas eram empregadas domésticas. Tudo era meio revolucionário nessa novela, mexeu até com leis das empregadas domésticas — afirma o ator.

Após dar vida a personagens como o próprio Fabian, o ator conta que não se incomoda de ser chamado de galã:

— Eu tenho zero problema com isso. Eu tive oportunidades, mesmo sendo galã, em que eu pude construir coisas que precisam muito do ator. É chato mesmo fazer o galãzinho que está sempre só reagindo às maldades do vilão, que é a estrutura do melodrama. Mas eu acho que eu consegui subverter isso com alguns personagens que se transformaram em outras coisas, como o Fabian de "Cheias de charme". São personagens que me deram muito prazer de fazer como ator. Eu não enfatizo isso (ser galã) e ao mesmo tempo não nego isso. Acho que é normal, não vejo nenhum problema.

Ele lembra que estreou em "Cheias de charme" pouco depois de fazer "Insensato coração", novela em que teve uma grande visibilidade no papel do sedutor Douglas:

— Esse personagem, isoladamente, fez até mais sucesso que a novela. Com ele, sim, eu sofri um grande assédio (do público). As pessoas rasgavam a minha camisa, enfiavam a mão na minha cueca. Eu ficava sem camisa na novela, ele era meio gente boa, meio bobão, então as pessoas sentiam que tinham intimidade comigo. Quando estreou "Cheias de charme", que foi colada com esse personagem, as pessoas ao invés de me assediarem fisicamente me aplaudiam. Era como se eu fosse a Ivete Sangalo. Na época do Fabian, as pessoas só admiravam de longe, como se fosse um ídolo mesmo da música.

Tozzi conta que sempre lidou bem com o carinho dos fãs pessoalmente, inclusive em casos mais exagerados:

— Você começa a aprender a como abraçar para ninguém enfiar a mão na sua blusa, você abraça por baixo... Eu sempre lidei bem com isso. A responsabilidade é de quem está lá se comunicando com as pessoas, a gente que está botando a cara no sol. É maravilhoso ter o retorno, eu sempre tive esse entendimento. Sou eu que cativo as pessoas. Eu não posso me sentir oprimido por esse carinho que eu recebo, às vezes um pouco exagerado.

E com a fama, inevitavelmente, surgem as fofocas sobre a vida pessoal, principalmente nesta era das redes sociais. No caso do ator, já houve especulações sobre a sexualidade, como quando foi apontado como affair de Reynaldo Gianecchini:

— Falam toda hora. Não quero ser o cara que fala que nada me incomoda, mas isso não me incomoda mesmo. Sempre tive a postura de oferecer para o público o meu trabalho, mas nunca tive a postura de oferecer a minha vida pessoal. Eu não sou influencer, eu sou um ator. Sempre tive essa consciência muito grande desde o início da carreira, porque eu comecei mais tarde. Falam um monte de coisa, ótimo. Falem o que quiserem. A gente está num momento em que isso é tão menos importante. As pessoas não precisam se preocupar mais com sexualidade, isso está caindo, não é mais uma coisa tão relevante. Eu sou por essência discreto, e isso não vai mudar. Sempre fui.

Aos 48 anos, Tozzi conta que mantém a boa forma física, mas não se considera um homem vaidoso:

— A minha vaidade está no meu trabalho. Na minha vida pessoal, eu tenho uma rotina que me ajuda muito no meu físico. Eu nunca me droguei. Esporte para mim é terapêutico. Tenho uma rotina saudável que reflete um biotipo saudável, mas o resultado não é o biotipo, o resultado é o bem-estar. Atualmente, faço só musculação, que é onde eu menos me machuco. Já estou com 48 anos, daqui a pouco 49, 50. A gente tem que saber que não dá mais para ficar jogando futebol, tênis, senão começa a dar um monte de m**. A musculação é onde eu consigo fazer um treino que me desafia e com precaução. O dia em que eu não malho eu fico borocoxô. Estudei física quântica uma época da minha vida e descobri que quando você malha você produz energia. É por isso que você sai melhor ainda do que você entrou. É a energia laranja, que cura corpo, mente e alma.

Atualmente, Tozzi tem se dedicado também à vida de empresário. Ele está à frente da Casa Cascais, em São Paulo, um centro comercial que reúne restaurantes, academia, lojas e salão de beleza:

— Eu fui executivo até os 30 anos. Comecei a carreira de ator com 30 anos e sempre estou conectado com o que faz sentido. Não consigo ligar o automático e ir embora. Sempre fiz uma novela atrás da outra. Eu estava sentindo falta do teatro, que foi pelo que eu me apaixonei quando troquei de profissão. Já comecei numa carreira tardia e meteórica. Tem uma hora em que as coisas precisam de renascimento, porque você entra no automático. E eu sempre fui empreendedor, mas não era uma coisa pública. Agora, nestes últimos tempos, eu empreendi numa coisa mais pública, que é um mall no Jardim Europa, um lugar de conveniência, numa casa que eu restaurei, uma casa histórica, eu ressignifiquei o negócio. Tem desde academias até restaurantes, lojas, salão de beleza, e está fazendo sentido. Eu vou muito pela minha intuição. Estou voltando para o teatro agora porque eu sei que é o que eu amo.

O ator estreará no dia 5 de abril a peça "Ainda dá tempo", no Teatro Uol, no Shopping Higienópolis, em São Paulo.

— É uma comédia do Jeff Gould, um autor americano. Conta a história de três casais, em idades diferentes, que se encontram numa casa que está à venda. Coisas muito estranhas, meio paranormais, acontecem. As pessoas vão rolar de rir — garante. — Eu quis fazer esta peça porque ela fala sobre relacionamento, tolerância, coisas de que o mundo está precisando. É um personagem comum, que está no meio de um casamento que pode dar certo ou errado, sendo que já está com 20 anos de casado. Eu estava louco para voltar aos palcos, porque voltar ao palco significa voltar ao ator. Estou com tesão de fazer coisas que façam sentido.

Aos 48 anos, Ricardo Tozzi não se considera vaidoso, mas leva estilo de vida saudável e aposta na musculação — Foto: Reprodução / Instagram
Aos 48 anos, Ricardo Tozzi não se considera vaidoso, mas leva estilo de vida saudável e aposta na musculação — Foto: Reprodução / Instagram
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