Lua Blanco fala sobre afastamento da TV, carreira na música e retomada do contato com Arthur Aguiar, seu ex: ‘não tinha mágoa’

Longe das novelas desde "A força do querer", em 2017, Lua Blanco tem investido mais na sua carreira musical nos últimos anos. Na próxima sexta-feira (12), ela se apresentará ao lado do pai, Billynho Blanco, num show intimista no Rio, com participações de outros membros da família:

— A gente fez um show juntos em fevereiro, e deu muito certo. Agora estamos refazendo no Solar de Botafogo (na Zona Sul da cidade). Ele mistura músicas antigas com novas, tem Bossa Nova com pop, coisas atuais com mais clássicas. Teremos as participações dos meus irmãos, Ana Terra Blanco e Pedro Sol Blanco, e do meu tio, José Mauro Brant. Eu estou muito animada. Vai ser um espetáculo bem especial.

Lua fala do período longe da TV:

— O atuar, de uns anos para cá, deu uma caída mesmo. Acho que a volta depois da pandemia esfriou esse lado da minha carreira de uma forma geral. Mas foi justamente na pandemia que começou o processo criativo para o álbum "Órbita", que é o que eu lancei agora. Então acho que, quando esfria um lado, o outro cresce muito. E me reconectar com a música foi uma coisa muito importante.

A carreira de atriz, no entanto, não ficou totalmente parada. Recentemente, Lua fez uma participação no filme "As irmãs Fox", do diretor Wagner de Assis, com previsão de estreia para o ano que vem:

— Pude participar de algumas diárias e sentir o clima de filmagem, estudar o personagem e trabalhar a emoção e a construção de todo o processo. Foi muito especial. Fiquei feliz e grata por ter tido essa oportunidade e vi que, sim, eu estava sentindo falta mesmo de atuar. É uma coisa bem diferente do lado cantora. O lado atriz vira uma chave dentro de mim que é muito especial.

Lua revela que tem se dedicado ainda a uma nova faceta, a de escritora:

— Sinto que eu evolui muito, mas tinha uma ideia de uma necessidade de estar fazendo audiovisual para me considerar atriz ou para poder andar com a minha carreira. Com o tempo, vi que o audiovisual era mais uma pressão externa do que uma necessidade minha. Então, com certeza, qualquer convite ou teste que aparecer vou considerar com muito carinho, mas ultimamente tenho iniciado um processo para escrever meu primeiro livro. Isso tem me dado prazer e realização. É muito legal fazer novela, e pode ser que eu faça de novo, mas existem vários outros lados, né? Várias outras facetas para minha arte e para minha criatividade que consigo colocar no mundo sem ficar dependendo desses convites.

Ao lado do namorado, Leandro Soares, ela traduziu e adaptou um espetáculo de Oscar Wilde:

— Já estamos encaminhando para enviar para editais e fazer leituras com elenco. Já temos um diretor e algumas coisas andando. Então, se der tudo certo, vamos torcer, este ano ou até no ano que vem já vou estar atuando no teatro em um espetáculo com tradução e adaptação de que eu participei. Estou muito feliz em relação a isso.

Mais de uma década depois de dar vida a Roberta em "Rebelde" (2011), da Record, a atriz diz que ainda é reconhecida pelo papel:

— Isso, de certa forma, é bonito. Porque foi uma personagem que gostei muito de ter vivido, foi uma experiência natural viver a Roberta. Fez sentido para mim o que ela estava passando, as revoltas dela, os amores, tudo caiu meio como uma luva para quem eu era naquele momento. Então, quando me chamam de Roberta, confesso que já tive um pouco de incômodo, mas, quando paro para pensar que eles assistiram na época e que tem gente que assiste até hoje, percebo que é um carinho muito grande por uma verdade que eu coloquei em um personagem que ressoou no coração das pessoas. Isso é a coisa mais especial do nosso trabalho como artista de uma forma geral.

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Viver auge da sua fama entre o público adolescente também trouxe ônus:

— A fama é, digamos, um espectro. Tem vários níveis diferentes. Ao longo da minha carreira vivi alguns. Não fui ao nível máximo, de jeito nenhum, mas quando "Rebelde" estava no ar rolou um nível alto. Meu carro era cercado, tinha que andar com segurança. Depois, no show, o hotel ficava cercado por fãs, e a gente não podia descer, ficava preso no quarto. Então rolou um momento em que a fama estava impedindo de ter vida. E isso me deu um pouco de claustrofobia, vou confessar. Porque você está no lugar legal do seu trabalho, mas não consegue andar na rua. Isso te mostra que tudo tem um preço, né? Mas fui saindo desse lugar de que o fã era uma ameaça e entrando no lugar de que o fã é o maior apoiador. E agora posso ter uma amizade. Alguns deles têm até o meu telefone.

Recentemente, ela voltou a mexer com os corações dos fãs de "Rebelde" ao surgir ao lado de Arthur Aguiar, seu par romântico e namorado na época da novela. Eles ficaram 11 anos sem se falar após o término, e Lua conta como foi a reaproximação:

— Foi muito natural, muito tranquilo. A gente meio que voltou a ter contato em maio. Eu estava gravando o clipe da minha música nova, e precisávamos de um estúdio para o videoclipe. O Micael Borges (ex-"Rebelde") me contou que o Arthur morava numa casa em São Paulo com estúdio. Pensei: "Vou pedir um favor, não falo com ele há tanto tempo. Quem sabe a gente não volta a se falar por causa disso". E aí não deu outra: ele liberou de primeira, foi supergeneroso. Fiquei tão grata com essa generosidade dele. Mais para frente a gente almoçou junto e conversou, porque, às vezes, quando você trabalha muito com alguém, rola uma intensidade de convívio e de vida, tudo meio misturado. Quando você para de trabalhar, a vida segue rapidamente em outras direções. E você acaba nunca tendo uma chance de tentar de novo e refletir sobre aquilo. A gente nunca tinha tido uma conversa depois que terminou "Rebelde", e foi ótimo. Vi que realmente tinha uma energia livre das duas partes. Ele não estava fugindo de conversar comigo, ele realmente estava aberto. Ficou muito claro que não tinha nenhuma mágoa de nenhuma das partes. Eu não me senti mal estando com ele. Tiramos uma foto e guardei. E aí agora recentemente fiquei com vontade de postar, de dividir com os fãs que eu fiz as pazes com o Arthur. A gente não é amigo, mas agora temos um canal aberto.