Marcelo Faria é o produtor da peça "O cravo e a rosa", que vai estrear em setembro no Rio. Em entrevista ao site, ele conta que, inicialmente, o diretor Pedro Vasconcelos queria que ele fizesse o protagonista, Julião Petruchio. No entanto, ele achou melhor escolher outro ator para o papel, que ficou com Dudu Azevedo.
— Eu achei que o Petruchio era um pouco mais novo que eu. O Pedro falou: "Quero que você faça". E eu disse que achava que não se encaixava muito comigo. Falei para pensarmos em outro ator, e pensamos no Dudu Azevedo, que é a cara do personagem. Ele está ótimo, está adorando fazer. O Dudu é um garoto maravilhoso, somos amigos há muito tempo. Depois, consegui chamar a Isabella Santoni para fazer a protagonista feminina, Catarina. O par principal está muito bacana e é mais jovem mesmo. A Isabella me contou que, quando ela fez "Malhação - Sonhos", se baseou em "A megera domada" para fazer a Karina. Tem tudo a ver — afirma.
Longe das novelas da Globo desde 2019, quando fez uma participação em "Bom sucesso", Marcelo diz que sempre é abordado nas ruas por pessoas perguntando sobre seu retorno:
— As pessoas me questionam sobre o motivo da ausência de mais atores na televisão. Elas falam: "Cadê vocês, os grandes atores? Por que não aparecem mais nas novelas e séries?" Eu desconverso, digo: "Estamos aí, daqui a pouco voltamos". É um carinho que o público tem comigo.
Perguntado sobre a presença de influenciadores digitais na dramaturgia, Marcelo afirma que não deve existir preconceito na arte.
— Acho que tem que ter espaço para todo mundo, não pode existir preconceito na nossa arte. As pessoas que escalam é que precisam ver quem consegue segurar determinado personagem, porque não é todo mundo que consegue. Existem papéis que têm que ser interpretados por grandes atores, bons no sentido literal, de terem estudado e tudo mais.
Atualmente, Faria pode ser visto na reprise da novela "Alma gêmea", que estreou em 2005 e continua sendo um grande sucesso. Para ele, a trama é tão querida pelos telespectadores por seguir uma fórmula da qual o público sente falta:
— "Alma gêmea" tem um elenco com atores de verdade, que estudaram para isso. É importante que os produtores das novelas atuais percebam isso. E é uma história com um grande autor (Walcyr Carrasco) e grandes diretores. Por isso é um sucesso, pode ser reprisada mil vezes.
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Com 40 anos de carreira, ele diz que os convites para a televisão diminuíram:
— Eu só tenho a agradecer por tudo que construí e tive a oportunidade de fazer na Globo e em outros lugares. Tenho a minha história, e ela está cravada. Mesmo assim, sou um ator que não é chamado, os convites diminuíram. Ano passado, fiz uma série e este ano ainda não me chamaram para nada. Mas não tenho mágoa ou ressentimento... Eu vou lá e faço meu espaço, produzo meu espetáculo, produzo meus filmes, faço as minhas coisas. Produzir possibilita realizar o seu sonho.
O ator namora há três anos com a advogada Thatiana Travassos:
— A Thati mora no Recreio dos Bandeirantes e eu moro na Gávea. É praticamente um namoro à distância. Da Gávea para o Recreio são 36 quilômetros. Mas nos vemos bastante, estamos sempre juntos. Nós viajamos muito, todo final de semana estamos juntos. Até pensamos em casar ou morar juntos, mas eu preciso arrumar outro lugar para morar, e ela também teria que sair do lugar onde está. Estamos amadurecendo a ideia. Vamos ver, o futuro a Deus pertence.
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Ele, que é pai de Felipa, de 13 anos — fruto do relacionamento com Camila Lucciola — diz que a filha está sempre ao seu lado:
— A Felipa fica uma semana comigo e uma semana com a Camila. Foi ela mesma quem pediu isso, porque ficava dois dias na casa de um e dois dias na casa de outro. Aí ela falou: "Estou ficando doida" (risos). Agora ficou mais confortável para ela. A Thati tem três filhos. A mais velha tem 20 anos, a do meio tem 16, e o mais novo tem 12. Então, estamos sempre juntos: eu, os filhos mais novos dela e a Felipa. Sempre viajamos juntos, e eles se dão tão bem que parecem irmãos.
Marcelo vem de uma família de atores, mas conta que Felipa ainda não pensa em seguir seus passos na atuação:
— Ela fez natação até os 12 anos, nadava comigo no Flamengo. Depois falou que não queria mais, e eu a deixei parar. A gente tinha combinado que ela nadaria até os 15 anos. Mas ela foi para o balé, e está adorando, já fez apresentações. Deixo ela viver a vidinha dela. Esse negócio de ator mirim, pelo amor de Deus, é um desespero, trabalha demais. Deixo ela viver a infância. Ela está feliz fazendo as coisinhas dela.