Sharon Stone comenta repercussão negativa de fala em apoio a Kevin Spacey e relembra assédios que sofreu: 'Ninguém pediu desculpas'

Em entrevista ao site "The Hollywood reporter", Sharon Stone comentou a repercussão de uma declaração recente ao jornal Telegraph em apoio ao ator Kevin Spacey. Alvo de várias acusações de agressão sexual, o astro da série "House of cards", da Netflix, foi considerado inocente em nove delas, durante julgamento no ano passado.

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— As pessoas estão bravas comigo por isso. Eu disse que, depois de estar em terapia por sete anos, sem poder trabalhar, perdendo sua casa, perdendo tudo, ele deveria ter permissão para voltar. Ele entrou em contato com todos que ofendeu e disse que sentia muito. Kevin agarrou as pessoas pelos (órgãos) genitais. Muitas pessoas. Mas ninguém (disse publicamente) que ele estuprou ou forçou a um encontro sexual. Mas há tanto ódio por ele porque no caso dele foi homem contra homem. É por isso que ele não tem permissão para voltar. Porque ele ofendeu homens — afirmou a atriz, nesta terça-feira (9).

Ela opinou sobre diferentes formas de assédio:

— Se eu não quiser, quero dizer "não, obrigada". E que isso pare. Mas, se ele for o homem certo e me jogar contra a parede e me beijar, sim, por favor. Realmente sinto falta da paixão. Realmente sinto falta da expressão sexual. Acho tudo isso muito sufocante. Além disso, realmente precisamos delinear o que é uma contravenção e o que é um crime. Isso precisa acontecer. Há uma diferença entre um tapa na bunda e um estupro. Eles não são a mesma coisa.

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A atriz disse ainda que vários homens tocaram suas partes íntimas ao longo da vida:

— Muito mais do que Kevin Spacey agarrou as genitálias de homens. E nenhum deles jamais me pediu desculpas.

Sharon também refletiu sobre machismo no cinema. Segundo ela, “até (o filme) ‘Instinto selvagem’, as mulheres tinham que cruzar as pernas de uma certa maneira na tela, nos tornozelos”. A atriz revelou que teve que “obter permissão” para mostrar as axilas no longa, lançado em 1992:

— Hollywood é configurada para ser misógina. É um negócio administrado por homens. É um negócio onde os homens ganham dinheiro. Onde os homens escrevem, produzem e dirigem os projetos. Onde os homens escrevem os papéis que são interpretados por mulheres. E esses papéis não são escritos sobre mulheres reais. Eles são escritos para ser a fantasia de como as mulheres deveriam ser. Então, os críticos homens dizem se você atingiu a fantasia ou não, se você se comportou da maneira certa.