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Os últimos dias foram tensos para o torcedor do Botafogo. Apesar da folgada liderança no Brasileirão, com sete pontos à frente do Grêmio, uma proposta milionária vinda da Arábia Saudita tem balançado o treinador da equipe, Luis Castro, apontado como um dos responsáveis pelo sucesso do time em campo. Ele tem sido alvo de investida do Al-Nassr, que além do dinheiro tem apostado na pressão direta do principal ídolo do time, ninguém menos que Cristiano Ronaldo.

O assédio a Luis Castro é apenas mais um capítulo de uma recente ofensiva de clubes sauditas para turbinar seus elencos com nomes de primeiro escalão do esporte mundial. Além de Cristiano Ronaldo, também foram contratados craques como Karim Benzema, Rúben Neves e N'Golo Kanté, todos com salários milionários — também foi feito um grande esforço para trazer um dos maiores jogadores da História aos campos sauditas: Lionel Messi, que apesar da proposta bilionária do Al-Hilal, preferiu se mudar para os EUA, onde atuará no Inter Miami.

Os investimentos bilionários não ocorrem apenas por amor ao esporte: para o regime comandado por Mohammad bin Salman, esse "sportswashing" (uso do esporte para fins políticos e de imagem), também visto em outras modalidades, como golfe e a Fórmula 1, faz parte de uma estratégia para mudar a imagem global da Arábia Saudita.

O principal argumento é de que o país não é mais um deserto inóspito fechado ao exterior, mas sim uma nação moderna, agora aberta a turistas e a grandes eventos esportivos e culturais. Nos últimos anos, estrelas da música dos EUA e até da Coreia do Sul, como os grupos BTS e BlackPink, se apresentaram para platéias sauditas. Iniciativas econômicas querem apresentar a Arábia Saudita como um ambiente seguro para negócios, especialmente em tecnologia e transição energética.

Mas mudar um passado não é simples: apesar dos posts no Instagram e comentários positivos mundo afora, a Arábia Saudita continua sendo um dos países mais opressores do Oriente Médio. Alegados avanços nos direitos das mulheres, como a possibilidade de concessão de carteiras de motoristas ou de trabalhar fora de casa, são tímidos se comparados aos vistos ao redor do mundo. Minorias continuam sendo reprimidas, e execuções públicas continuam a ser uma rotina.

Neste episódio do Ao Ponto, o colunista do GLOBO Guga Chacra discute os objetivos da Arábia Saudita ao promover a política de "sportwashing" e se apresentar como um novo hub global de eventos, e se essa estratégia tem chances de mudar a impressão do regime e de seu líder de fato, Mohammad bin Salman.

Publicado de segunda a sexta-feira, às 6h, nas principais plataformas de podcast e no site do GLOBO, o Ao Ponto é apresentado pelos jornalistas Carolina Morand e Filipe Barini, sempre abordando acontecimentos relevantes da atualidade. O episódio também pode ser ouvido na página de Podcasts do GLOBO. Você pode seguir a gente em plataformas como Spotify, iTunes, Deezer e na Globoplay.

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