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Política Coronavírus

Alcolumbre avalia suspender atividades do Senado por conta de coronavírus

Preocupados, parlamentares pediram a suspensão
O plenário do Senado vazio Foto: André Coelho / Agência O Globo
O plenário do Senado vazio Foto: André Coelho / Agência O Globo

BRASÍLIA – Preocupados com a possibilidade de colegas estarem contaminados pelo coronavírus , senadores têm procurado o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), para comunicar que trabalharão de casa nos próximos dias. Nas conversas, pedem que ele analise a possibilidade de suspender as atividades no Senado . O presidente avisou que avalia a necessidade em consulta aos protocolos do Ministério da Saúde.

O próprio presidente do Senado deve fazer o teste de coronavírus nesta quinta-feira. Isso porque ele teve contato com ministros e parlamentares que estavam na comitiva de Bolsonaro.

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Hoje, os senadores Nelsinho Trad (PSD-MS) e Jorginho Mello (PL-SC) anunciaram que fizeram o exame para detecção do coronavírus, além de se isolarem em casa. Os dois estavam na comitiva do presidente Jair Bolsonaro na viagem aos Estados Unidos. O chefe da Secretaria Especial de Comunicação, Fabio Wajngarten, também integrou o grupo. Ele foi diagnosticado com coronavírus.

Outros parlamentares que conversaram com Trad e Mello na quarta-feira decidiram fazer o exame. É o caso de Angelo Coronel (PSD-BA).

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O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também anunciou nas redes sociais que faria o teste para saber se contraiu o vírus. Ele também estava na comitiva de Bolsonaro.

Mesmo antes do anúncio dos colegas, senadores já vinham demonstrando preocupação a Alcolumbre. Eles alegam que o Congresso é uma área de risco, com forte fluxo de pessoas, vindas de todos os estados do país e também do exterior. Depois do comunicado de Trad e Mello, mais parlamentares procuraram o presidente do Senado. Ele tem respondido que está avaliando o cenário para tomar a decisão.

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Ontem, Alcolumbre e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciaram medidas restritivas de circulação e limpeza no Congresso. Entre elas, estão a suspensão de sessões solenes, cancelamento de visitas guiadas e a entrada de pessoas que não são credenciadas.

A preocupação chegou ao plenário do Senado na tarde desta quinta-feira. Confúcio Moura (MDB-RO) anunciou que trabalhará de casa.

— Estava conversando ali, há pouco, com o senador Marcos Rogério (DEM-RO) e nós dois, batendo um papo, resolvemos comunicar ao presidente Davi Alcolumbre e à Diretoria-Geral da Casa que vamos fechar os gabinetes. Vamos deixar uma pessoa só, mais jovem, e trabalharemos em home service. Nós vamos trabalhar em casa. Nós vamos montar um grupo de WhatsApp. O chefe de gabinete vai coordenar todo o trabalho — disse o senador.

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Ele completou que "não vamos aglomerar mais gente dentro do Senado".

— Podemos votar de casa, podemos vir a Brasília e votar de casa. A gente pode, através de sistemas inteligentes. Você mostra o seu rosto lá, se identifica, e pode fazer uma votação, sem precisar da aglomeração, para o tempo de controle da doença — afirmou Moura.

Marcos Rogério confirmou a decisão:

— Também adotei as mesmas providências, quando cheguei no gabinete hoje havia lá um conjunto de funcionários todos de máscara dentro do gabinete. E não é pânico, não; não é terrorismo, não. É cautela mesmo. Há quem, quando vê o outro de máscara, já pensa: "Ah! Ele deve estar com o coronavirus". Não, ele pode não estar e pode estar. Mas pode querer não transmitir ou não querer receber.