Após ganhar ministério, presidente do PL, condenado no mensalão, visita Bolsonaro

Flávia Arruda (PL-DF) é a nova ministra da Secretaria de Governo. Na manhã desta terça-feira, Valdemar Costa Neto esteve com o presidente da República
O ex-deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PL, condenado no mensalão Foto: André Coelho / Agência O Globo

BRASÍLIA - Após a nomeação de Flávia Arruda (PL-DF) para o ministério da Secretaria de Governo, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, encontrou o presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada na manhã desta terça-feira. A deputada assumiu o cargo nesta segunda-feira.

Segundo interlocutores de Valdemar, tratou-se de uma visita de cortesia motivada pela indicação da deputada do partido ao cargo. Valdemar Costa Neto foi condenado a sete anos e dez meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no mensalão.

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No ano passado, Valdemar se aproximou do governo Bolsonaro e emplacou indicados na presidência do Banco do Nordeste e na diretoria do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Ele chegou a convidar Bolsonaro a se filiar ao partido.

Com a reforma ministerial, Bolsonaro entregou o cargo de ministra da Secretaria de Governo à deputada Flávia Arruda (PL-DF), partido presidido pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão fez uma "visita de cortesia" ao presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada, na manhã seguinte ao anúncio dos novos ministros Foto: André Coelho / Agência O Globo
Arthur Lira (PP-AL) - O novo presidente da Câmara dos deputados, eleito com apoio do Planalto, é réu no STF numa acusação de recebimento de propina da CBTU. Em sua função à frente da Casa, define o que vai a voto no Congresso e articula nomeações no governo Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Ciro Nogueira (PP-PI) - O senador, que teve voz na escolha do primeiro ministro do STF indicado por Bolsonaro, Kassio Nunes Marques, é Ministro da Casa Civil, além de réu no Supremo em ação do quadrilhão do PP e foi alvo de denúncia (ainda não recebida pela Justiça) de corrupção passiva e lavagem de dinheiro Foto: Agência Senado
O senador Fernando Collor de Mello (PROS-AL), que tem acompanhado Bolsonaro em eventos e viagens, é reú na Lava-Jato sob acusação de receber propina desviada da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Caso está pronto para ser julgado. PGR pediu condenação do senador a 22 anos de prisão Foto: Jorge William / Agência O Globo
Líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) foi alvo da PF em 2019 sob suspeita de recebimento de propina quando era ministro de Dilma — caso está sob investigação. Também foi acusado de receber propina desviada de obras da Petrobras, mas denúncia foi rejeitada pelo STF Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Líder do governo na Câmara, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) foi alvo de operação do Gaeco do Paraná sob suspeita de ter recebido propina da Galvão Engenharia, que fechou acordo de delação premiada na Lava-Jato. Foi cotado para Ministro da Saúde Foto: Jorge William / Agência O Globo

Lideranças do partido vinham se queixando da ausência do PL na Esplanada dos Ministérios desde que o Republicanos indicou o deputado João Roma (BA) ao Ministério da Cidadania. O PP e o PL hoje são parte do núcleo duro da base do governo no Congresso.

No ano passado, o presidente do PL virou réu por peculato, corrupção passiva e fraude à licitação após denúncia do Ministério Público Federal (MPF). Costa Neto é acusado de participar de um esquema de superfaturamento nas obras de trecho da Ferrovia Norte-Sul (FNS).