Política

Após recomendar adiamento de atos contra o Congresso, Bolsonaro compartilha vídeos de manifestações

Presidente, que havia sugerido mudança na data por conta do coronavírus, disse em live que 'já foi dado um tremendo recado para o Parlamento'
O ministro Mandetta, o presidente e intérprete de Libras durante transmissão ao vivo em que Bolsonaro sugeriu a suspensão das manifestações a seu favor no dia 15 Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK
O ministro Mandetta, o presidente e intérprete de Libras durante transmissão ao vivo em que Bolsonaro sugeriu a suspensão das manifestações a seu favor no dia 15 Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK

RIO - O presidente Jair Bolsonaro compartilhou neste domingo vídeos de atos em Belém (PA), Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte (MG) contra o Congresso Nacional e em favor do governo. O vídeo da capital paraense, de 23 segundos, mostrava uma manifestação de motociclistas e o de Brasília, de 40 segundos, uma carreata. Bolsonaro não fez comentários sobre as imagens, escrevendo apenas onde elas foram filmadas. Depois, ele publicou uma imagem do evento eme Parnaíba (PI). O presidente chegou a postar uma imagem do ato em Belo Horizonte como se fosse Maceio, mas apagou.

O próprio presidente havia recomendado, durante uma live na quinta-feira, o adiamento das manifestações para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Bolsonaro disse na quinta que "já foi dado um tremendo recado para o Parlamento", mesmo tendo dito, anteriormente, que o protesto não seria contra o Congresso.

A fala de Bolsonaro na quinta foi feita durante transmissão ao vivo em suas redes sociais, ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Os dois usavam máscaras, assim como a intérprete de libras do presidente.

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— O que nós devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas. Porque os hospitais não dariam vazão. O sistema não suporta. Daí, problemas acontecem. Pessoal fica apavorado — disse Bolsonaro na quinta-feira.

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Na live , Mandetta concordou, afirmou que "esse é o X da questão".

Em seguida, Bolsonaro afirmou que, como presidente da República, precisa "tomar uma posição" sobre as manifestações, ao mesmo tempo que ressaltou não ser responsável pelos atos.

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— Como presidente da República, eu tenho que tomar uma posição. Se bem que o movimento não é meu. Uma das sugestões: suspender, adiar. Já foi dado um tremendo recado para o Parlamento.

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Ainda falando sobre as manifestações, Bolsonaro disse na quinta ser contra ataques às instituições.

— De minha parte, ninguém pode atacar o Parlamento, o Executivo ou o Judiciário. Se tem pessoas que não estão de acordo com aquilo com o que você acha, tudo bem. Com o tempo, o povo vai depurando. O presidente não tá bem? Troca. 2022 está aí. Com o legislativo é a mesma coisa — afirmou Bolsonaro.

No último sábado, Bolsonaro convocou a população a participar dos protestos, mas ressaltou que não era um movimento contra o Congresso e nem contra o Judiciário.