Política

Assassino do capoeirista Moa do Katendê é condenado a 22 anos de prisão

Mestre de capoeira foi morto a facadas durante udiscussão polítca nas eleições de 2018
O capoeirista Moa foi assassinado em outubro de 2018 Foto: Reprodução/ Facebook
O capoeirista Moa foi assassinado em outubro de 2018 Foto: Reprodução/ Facebook

RIO — O assassino confesso do capoeirista e músico, Moa do Katendê, o barbeiro Paulo Sérgio Ferreira de Santana, foi condenado a 22 anos e 1 mês de prisão em regime fechado após 12 horas de julgamento no Fórum Ruy Barbosa, em Salvador, Bahia. Pelo assassinato de Moa, Paulo Sergio foi condenado a 17 anos e 5 meses de reclusão, e mais 4 anos e 8 meses pela tentativa de assassinato do primo de Moa, Germino do Amor Divino.

O crime, considerado homicídio duplamente qualificado, aconteceu em outubro do ano passado, horas após o primeiro turno das eleições para presidente, após discussão política entre o capoerista e o barbeiro, em que Moa assumiu ter votado no PT. No momento em que foi atacado, o capoeirista estava em um bar com o primo Germino, de 52 anos, que também foi ferido com os golpes de faca. Moa tinha 63 anos, quando foi atingido por pelo menos doze facadas. De acordo com a promotoria, a maior parte dos ferimentos foi no pescoço e no tórax da vítima.

Paulo Sérgio Ferreira de Santana vai cumprir pena na Penitenciária Lemos de Brito, em Salvador, na Bahia, onde o crime aconteceu.

Em vídeo publicado pelo Cantor Caetano Velosso após o assassinato de Moa do Katendê no ano passado, o artista comentou a importância do capoerista no cenário afro-musical da Bahia. Caetano revelou ter sido amigo particular da vítmia.

— Moa foi fundador do Badauê, um afoxé que começou a grande virada do surgimento dos blocos afros. Era meu amigo e uma pessoa importante no cenário da Bahia.

O cantor comentou ainda sobre a intolerância no país, relacionada a questões políticas.

— A mente dos brasileiros que são capazes de pensar, precisa reconhecer que não pode reduzir o Brasil a essa coisa bárbara. O assassinato de Moa é um sinal de que a gente não deve seguir com força no caminho que as pessoas ilusóriamente pensam que é superação, quando é atraso, é medo da responsabilidade da civilização — desabafou.