Política

Bolsonaro demite José Levi, advogado-geral da União

Presidente não gostou de postura do ministro José Levi que se recusou a assinar ação contra medidas restritivas dos estados
Advogado-Geral da União, José Levi Foto: Wilson Dias/Agência Brasil
Advogado-Geral da União, José Levi Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

BRASÍLIA — O advogado-geral da União, José Levi, também deixará o governo Jair Bolsonaro. O presidente ficou incomodado, porque o ministro não assinou a ação que o Executivo apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) para impedir governadores de adotarem medidas restritivas de circulação durante o agravamento da pandemia da Covid-19. O pedido, apresentado há dez dias, levou a assinatura apenas de Bolsonaro.

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"Com o meu mais elevado agradecimento pela oportunidade de chefiar a Advocacia-Geral da União, submeto à elevada consideração de Vossa Excelência o meu pedido de exoneração do cargo de Advogado-Geral da União", diz carta enviada pelo advogado-geral da União, José Levi.

A saída do advogado-geral representa a terceira baixa do governo no dia. Pela manhã, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, pediu demissão. À tarde, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, foi demitido. O Planalto prepara uma reforma ministerial.

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No dia 23, o ministro Marco Aurélio Mello negou o pedido para derrubar os decretos do Rio Grande do Sul, Bahia e Distrito Federal, impondo a derrota a Bolsonaro na disputa com governadores.

A ausência da assinatura de José Levi na ação chamou atenção porque, em atuações recentes da AGU, a assinatura do Advogado-Geral sempre aparecia nas petições enviadas ao STF.