BRASÍLIA — O presidente Jair Bolsonaro recomendou nesta quinta-feira o adiamento das manifestações marcadas para o próximo domingo, para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. Bolsonaro disse que "já foi dado um tremendo recado para o Parlamento", mesmo tendo dito, anteriormente, que o protesto não seria contra o Congresso. Ele disse que deverá tratar do adiamento no pronunciamento em cadeia nacional de televisão e rádio que fará na noite desta quinta. Após a recomendação do presidente, os organizadores resolveram adiar os atos convocados para domingo, dia 15.
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A fala de Bolsonaro foi feita durante transmissão ao vivo em suas redes sociais, ao lado do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. Os dois usavam máscaras, assim como a intérprete de libras do presidente.
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— O que nós devemos fazer agora é evitar que haja uma explosão de pessoas infectadas. Porque os hospitais não dariam vazão. O sistema não suporta. Daí, problemas acontecem. Pessoal fica apavorado — disse Bolsonaro.
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Mandeta concordou, afirmou que "esse é o X da questão".
Em seguida, Bolsonaro afirmou que, como presidente da República, precisa "tomar uma posição" sobre as manifestações, ao mesmo tempo que ressaltou não ser responsável pelos atos.
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— Como presidente da República, eu tenho que tomar uma posição. Se bem que o movimento não é meu. Uma das sugestões: suspender, adiar. Já foi dado um tremendo recado para o Parlamento.
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Ainda falando sobre as manifestações, Bolsonaro disse ser contra ataques às instituições.
— De minha parte, ninguém pode atacar o Parlamento, o Executivo ou o Judiciário. Se tem pessoas que não estão de acordo com aquilo com o que você acha, tudo bem. Com o tempo, o povo vai depurando. O presidente não tá bem? Troca. 2022 está aí. Com o legislativo é a mesma coisa — afirmou Bolsonaro.
No último sábado, Bolsonaro convocou a população a participar dos protestos, mas ressaltou que não era um movimento contra o Congresso e nem contra o Judiciário.
Nesta quinta-feira, foi confirmado que o secretário de Comunicação da Presidência da República, Fabio Wajngarten, está com o novo coronavírus. O presidente Jair Bolsonaro passou a ser monitorado e passou por exame para detectar a doença. Wajngarten participou da comitiva da viagem presidencial aos EUA e esteve com o presidente dos EUA, Donald Trump, em jantar no sábado.
Durante a transmissão ao vivo, o presidente disse que ainda não tem o resultado dos exames, que está previsto para ser divulgado nesta sexta-feira.