Política Bolsonaro

Bolsonaro volta a criticar isolamento social contra o coronavírus

Segundo o presidente, "o desemprego, a fome e a miséria será o futuro daqueles que apoiam" medidas para deter a expansão da pandemia.
O presidente Jair Bolsonaro na rampa do Palácio do Planalto 15/05/2020 Foto: Jorge William / Agência O Globo
O presidente Jair Bolsonaro na rampa do Palácio do Planalto 15/05/2020 Foto: Jorge William / Agência O Globo

RIO — O presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado, em suas redes sociais, que "o desemprego, a fome e a miséria será [serão] o futuro daqueles que apoiam a tirania do isolamento total". Ontem, o ministro da Saúde Nelson Teich pediu demissão por divergências com o presidente em relação à política de isolameto social e por causa da pressão de Bolsonaro para a mudança do protocolo do ministério para o uso da cloroquina no tratamento de pacientes com a Covid-19, mesmo sem comprovação científica.

Relembre : Seis erros de Bolsonaro no combate à pandemia do coronavírus

No post, Bolsonaro também compartilhou vídeo de coletiva do ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, em que ele defende o presidente. No vídeo, Onyx diz que o "Brasil tem que se preocupar sim com os aspectos econômicos". Segundo o ministro, "o desemprego, a fome e a miséria matam historicamente mais na américa Latina do que qualquer epidemia".

O isolamento social é recomendado pela Organização Mundial de Saúde e foi adotado por diversos países como forma de evitar a propagação do coronavírus e tentar minimizar os efeitos da pandemia. O combate ao novo vírus tem se mostrado mais eficaz, segundo médicos e cientistas, nos locais onde o isolamento foi feito com melhor planejamento e maior adesão da população.

A OMS também defende que, junto com o isolamento, os governos adotem ações para garantir que os mais vulneráveis possam adotar a medida.

Especialistas em saúde e desenvolvimento têm advertido que a retomada das atividades econômicas sem que a disseminação da doença esteja controlada e sem que os países tenham estratégicas para detectar e evitar o contágio a partir de novos focos da Covid-19 pode atrasar ainda mais a recuperação da economia, além de pôr em risco a saúde da população.