Política Brasília

Cerimônia de posse de Bolsonaro leva 115 mil pessoas à Praça dos Três Poderes, diz GSI

Apoiadores do presidente eleito começaram a chegar no fim de semana para acompanhar a posse
Público presente na Esplanada dos Ministérios para acompanhar a posse de Jair Bolsonaro Foto: Jorge William / Jorge William
Público presente na Esplanada dos Ministérios para acompanhar a posse de Jair Bolsonaro Foto: Jorge William / Jorge William

BRASÍLIA — Sob forte esquema de segurança, pelo menos 115 mil pessoas foram à Esplanada dos Ministérios e à Praça dos Três Poderes para acompanhar a posse do presidente Jair Bolsonaro , nesta terça-feira, conforme dados do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O número corresponde a menos da metade das estimativas iniciais, em torno de 250 mil. Há duas semanas, quando os preparativos de segurança ainda estavam em fase preliminar, militares chegaram a falar em 1 milhão de pessoas.

Questionada sobre o tamanho do público, a Polícia Militar do DF informou que o cálculo seria feito pelo Exército. Tradicionalmente é a PM que faz a estimativa, mas desta vez o GSI, a quem cabe a segurança do presidente, assumiu as responsabilidades pelo cálculo final. Procurado, o novo ministro do GSI, general Augusto Heleno, não quis comentar a diferença entre as projeções de público antes da posse e o número dos que compareceram.

O empresário André Rhouglas conta que chegou à Praça dos Três Poderes por volta de 6h30. Pegou um lugar na grade, na frente da rampa do Palácio do Planalto, onde Bolsonaro receberá a faixa.

— O importante é estar no meio do povo, no sol na chuva. Mostrar apoio para Bolsonaro, para o Sérgio Moro, para mudar o Brasil — disse ele, que veio de Belo Horizonte, carregando um cartaz com fotos do futuro ministro da Justiça.

O empresário André Rhouglas chegou cedo para conseguir um bom lugar Foto: Manoel Ventura / O Globo
O empresário André Rhouglas chegou cedo para conseguir um bom lugar Foto: Manoel Ventura / O Globo

O aposentado Jorge Luís também chegou cedo. Com um grupo de 50 pessoas, ele conta que veio de Vitória da Conquista (BA) para acompanhar a cerimônia. O grupo organizou um ônibus e uma van para trazer todo mundo a Brasília.

— Eu já trabalho de graça para o Bolsonaro há muito tempo, não poderia faltar no dia mais importante dessa trajetória. Nós trabalhos por um Brasil sem esmola — diz.

O empresário Dionísio Justo viajou por mais de 2 mil quilômetros de Porto Alegre para assistir à posse. Trouxe a mulher e os dois filhos num motorhome na primeira visita à capital do país. Passou o domingo na porta da Granja do Torto e deixou um copo de presente para Bolsonaro, entregue para a segurança do presidente.

— A gente conheceu ele no Rio Grande do Sul em 2016. Depois ficamos o acompanhando na esperança de mudar o Brasil. Precisamos de segurança, a gente espera um Brasil melhor. É o que o Bolsonaro está colocando — explicou.

Entre as caravanas que vieram a Brasília para a posse de Bolsonaro está o grupo Endireita Fortaleza, da capital do Ceará. O grupo viajou com 50 pessoas em um ônibus de dois andares e o preço da “excursão” para a posse, segundo os organizadores, foi R$ 650.

Guilherme Julian, um dos organizadores da viagem, está de mudança para Brasília no final de janeiro para ocupar um cargo no governo, mas faz segredo sobre onde trabalhará. Ele conta que o grupo começou a se reunir em 2015 e, segundo ele, foram os primeiros a organizar recepções para Bolsonaro em aeroportos pelo Brasil.

— Começamos em 2015 e fomos os primeiros a organizar recepções em aeroportos - diz o organizador.

Uma outra participante, Cynthia Loubão, diz que o grupo é ligado à Flávio Bolsonaro, um dos filhos do presidente, mas nega que algum dos membros seja filiado ao PSL, partido do presidente.