Política Brasília

Com apoio do PSD no Senado, sobrinho de Bolsonaro ganha novo cargo com salário de R$ 17 mil

Léo Índio assumirá função na primeira secretaria da Casa, por indicação de Sergio Petecão (PSD-AC), com salário bruto de R$ 17,3 mil mensais
Léo Índio com Jair Bolsonaro Foto: Reprodução/Instagram
Léo Índio com Jair Bolsonaro Foto: Reprodução/Instagram

BRASÍLIA — Cerca de 20 dias após deixar o gabinete do senador licenciado Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado com dinheiro na cueca , Leonardo Rodrigues de Jesus, o Léo Índio, foi nomeado para um novo cargo de confiança no Senado. Desta vez, ele assumirá função na primeira secretaria da Casa, por indicação de Sergio Petecão (PSD-AC), com salário bruto de R$ 17,3 mil mensais. Em sua trajetória profissional, Léo Índio trabalhou por seis anos para o primo Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ) na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Segundo auxiliares do senador Sergio Petecão, a nomeação foi costurada pelo senador Carlos Viana (PSD-MG), seu correligionário. A pessoas próximas, inclusive, Petecão disse que nem conhece Léo Índio pessoalmente e só atendeu ao pedido em nome do partido. Procurado, Viana afirmou ao GLOBO que não vai comentar o assunto.

— Eu nem conheço o Léo Índio, ele está lotado na primeira secretaria, e presta serviço lá no gabinete do Carlos Viana. Eu, na verdade, nem o conheço, eu lhe juro que eu nunca vi esse homem na minha vida — disse Petecão ao ser questionado pelo GLOBO.

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Léo Índio é tratado como sobrinho pelo presidente Jair Bolsonaro e mantém proximidade com o governo desde o período de transição. Embora frequente o Palácio do Planalto, nunca ocupou cargo formal no Executivo. Filho de uma irmã de Rogéria Nantes, ex-mulher do presidente, ele é primo do vereador Carlos (Republicanos-RJ), do deputado Eduardo (PSL-SP) e do senador Flavio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Parente da família Bolsonaro, Léo Índio foi convidado para trabalhar com o senador licenciado Chico Rodrigues em abril de 2019, apenas um mês após o senador ser convidado pelo Presidente da República para o cargo de vice-líder do governo.

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Antes de atuar no Senado, Léo Índio já trabalhou na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), onde dois de seus primos ocupavam mandato. Ele foi assessor de Flavio entre novembro de 2006 a janeiro de 2012, quando o parlamentar era deputado estadual, e teve quebra de sigilo bancário autorizada pelo Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) no inquérito que apura suspeita da chamada "rachadinha".

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No Legislativo do Rio, Léo Índio passou por diversos cargos comissionados e sua remuneração variou entre R$ 4 mil a R$ 7,6 mil. Antes, segundo o seu currículo, atuou como vendedor em lojas de roupa e empresas do setor de bebidas.

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O servidor também se aproximou da família de Chico Rodrigues nos últimos meses. Em publicação feita nas redes sociais, Leo Índio compartilhou uma foto com o senador licenciado, seu filho, Pedro Arthur, e outros servidores do gabinete. Na legenda, escreveu que eles são "a família que Brasília me deu".