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Política Bolsonaro

Conheça os integrantes do ministério de Jair Bolsonaro

Com posse do novo presidente, 22 ministros assumem cargos no primeiro escalão do governo federal
O presidente eleito Jair Bolsonaro durante entrevista coletiva no CCBB Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
O presidente eleito Jair Bolsonaro durante entrevista coletiva no CCBB Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

RIO - O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) toma posse nesta terça-feira com uma equipe composta por 22 ministros , o menor número desde a redemocratização. Com sete oficiais da reserva das Forças Armadas - mais de 30% de sua equipe, incluindo pastas que ficam dentro do Palácio do Planalto - e apenas duas mulheres, o novo ministério também guarda espaço para membros do círculo mais próximo do governo Bolsonaro e ex-integrantes do governo do presidente Michel Temer (MDB). Logo após ser empossado, já no primeiro dia de gestão, o presidente eleito deve editar decretos dando forma à nova estrutura administrativa do governo federal. Pastas importantes, como os ministérios do Trabalho e do Planejamento, deixam de existir.

Paulo Guedes, Economia


Paulo Guedes, ministro da Economia
Foto: SERGIO LIMA / Sergio Lima/AFP/14-11-2018
Paulo Guedes, ministro da Economia Foto: SERGIO LIMA / Sergio Lima/AFP/14-11-2018

Apelidado durante a campanha por Bolsonaro como seu "posto Ipiranga" em assuntos econômicos - em referência a um comercial popular na TV - o economista Paulo Guedes, de 69 anos, será o mais poderoso ministro da área econômica desde o fim da ditadura militar, acumulando as funções que até então eram divididas entre os ministérios da Fazenda, do Planejamento e da Indústria e Comércio Exterior.  De perfil liberal e ortodoxo, ele defende uma forte agenda de privatizações. Guedes teve carta branca para escolher a própria equipe e os responsáveis por áreas estratégicas do governo, nomeando os colegas de profissão Roberto Castello Branco, Rubem Novaes e Pedro Guimarães para chefiar, respectivamente, a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Entre as declarações mais recentes, ele disse que pretende acabar com o "toma lá da cá" entre o governo federal e o Congresso e prometeu "meter a faca no Sistema S" , cortando 50% dos recursos destinados às entidades. Antes de passar a contribuir para o futuro governo, o que tem acontecido desde o início da campanha presidencial, o economista era conhecido por ter fundado a universidade Ibmec e o banco BTG.

Onyx Lorenzoni, Casa Civil

O futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni Foto: Jorge William / Agência O Globo
O futuro ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni Foto: Jorge William / Agência O Globo

Deputado federal por quatro mandatos, o gaúcho Onyx Lorenzoni (DEM-RS), de 64 anos, deixou o baixo clero da Câmara para se tornar um dos mais próximos aliados do presidente eleito Jair Bolsonaro. Mesmo sem aderir ao PSL na janela partidária, Onyx foi um dos articuladores do apoio parlamentar à campanha do aliado. Foi o primeiro ministro anunciado após a vitória de Bolsonaro e ocupará o cargo ministro-chefe da Casa Civil. Nomeado ministro extraordinário de transição, comandou os trabalhos da equipe de planejamento do novo governo. Na Câmara, foi responsável por relatar o projeto de lei de iniciativa popular que ficou conhecido por apresentar dez medidas contra a corrupção. No ano passado, confirmou ter recebido R$ 100 mil da J&F, operadora da JBS, em uma doação de campanha não declarada à Justiça Eleitoral em 2014. Mais recentemente, em 14 de novembro, defendeu-se publicamente de uma nova acusação, publicada pelo jornal "Folha de São Paulo": a de que teria recebido outra doação via caixa dois, no mesmo valor, na campanha de 2012, quando não disputou a eleição e ocupava a presidência do DEM no Rio Grande do Sul. Em entrevista coletiva à imprensa, Lorenzoni sustentou que "é um combatente contra a corrupção" . Um dos integrantes mais vocais da equipe ministerial, ele se irritou e chegou a abandonar uma entrevista coletiva após ser perguntado sobre as suspeitas em torno do policial militar da reserva Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e amigo do presidente eleito desde os anos 1980.

Sergio Moro, Justiça e Segurança Pública

O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, durante entrevista coletiva no CCBB Foto: Rafael Carvalho/Divulgação
O futuro ministro da Justiça, Sergio Moro, durante entrevista coletiva no CCBB Foto: Rafael Carvalho/Divulgação

Ex-juiz federal, o paranaense Sergio Moro irá comandar a pasta de Justiça e Segurança Pública, concentrando o controle dos principais órgãos de segurança pública e combate à corrupção, como a Polícia Federal e o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), antes vinculado ao Ministério da Fazenda. Moro ganhou fama internacional em 2014, por ser o juiz responsável pelas ações penais da Operação Lava-Jato, quando era titular da 13ª Vara Federal, em Curitiba. À frente dos processos da operação, Moro condenou políticos importantes, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB). Moro foi o quinto ministro a ser indicado oficialmente, após um encontro na casa de Bolsonaro no início de novembro. Na coordenação do grupo técnico de Justiça, Segurança e Combate à Corrupção no gabinete de transição do novo governo, Moro já anunciou que prepara um pacote de medidas de combate ao crime organizado que será enviado ao Legislativo e que criará uma Secretaria de Operações Policiais Integradas com foco em operações contra "quadrilhas violentas"

General Augusto Heleno, Gabinete de Segurança Institucional

O general Augusto Heleno Foto: Adriano Machado / Reuters
O general Augusto Heleno Foto: Adriano Machado / Reuters

Cotado para ser vice na chapa de Bolsonaro, o general Augusto Heleno, de 71 anos, é um dos auxiliares mais próximos do presidente eleito, ajudando, inclusive, a redigir os pronunciamentos feitos por Bolsonaro, incluindo os discursos da vitória e o da posse . Durante a campanha, Bolsonaro chegou a garantir sua nomeação para o Ministério da Defesa, mas durante a transição decidiu tê-lo no Palácio do Planalto , comandando o Gabinete de Segurança Institucional, que tem sob seu comando a Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Primeiro comandante da Missão de Paz da ONU no Haiti, Heleno é considerado o líder do núcleo militar do governo. Ele defendeu a ideia de flexibilizar a posse de armas por decreto .

Gustavo Bebianno, Secretaria-Geral da Presidência

Gustavo Bebianno, indicado para a Secretaria-Geral, durante entrevista Foto: Evaristo Sá/AFP/21-11-2018
Gustavo Bebianno, indicado para a Secretaria-Geral, durante entrevista Foto: Evaristo Sá/AFP/21-11-2018

Advogado e considerado neófito no núcleo bolsonarista, Gustavo Bebianno, de 54 anos, rapidamente se tornou um dos mais próximos colaboradores do presidente eleito, sendo escolhido para comandar interinamente o PSL, além de ser um dos coordenadores da campanha presidencial. Tentando se aproximar de Jair Bolsonaro desde 2014, quando chegou a oferecer assessoria jurídica ao então deputado federal, conheceu o presidente eleito em maio de 2017. A Empresa Brasileira de Comunicação, a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), a Secretaria de Comunicação Social (Secom) e o Programa de Parcerias e Investimentos (PPI) ficarão sob seu controle. Nos bastidores do grupo político do presidente eleito, é considerado um desafeto do vereador Carlos Bolsonaro (PSL-RJ), considerado o filho mais próximo de Jair Bolsonaro, de quem já sofreu diversos ataques através das redes sociais.

Ernesto Araújo, Relações Exteriores

Ernesto Araújo, chanceler do governo de Jair Bolsonaro. Foto: Adriano Machado / Reuters
Ernesto Araújo, chanceler do governo de Jair Bolsonaro. Foto: Adriano Machado / Reuters

Recém-promovido ao cargo de embaixador, Ernesto Araújo, de 51 anos, assume o Ministério das Relações Exteriores sem nunca ter comandado uma embaixada - hoje ocupa o cargo de subsecretário de Assuntos Políticos do Itamary, com foco nas relações do Brasil com EUA, Canadá e México. Foi indicado pelo filósofo Olavo de Carvalho, principal ideólogo da nova direita brasileira. Em texto publicado em uma revista americana, o novo chanceler escreveu que a divina providência "uniu as ideias de Olavo de Carvalho à determinação e ao patriotismo de Jair Bolsonaro" . Ao anunciar a nomeação de Araújo em seu perfil no Twitter, Bolsonaro o classificou como "brilhante intelectual" .Ainda segundo o presidente eleito, a escolha teve como base a experiência do futuro ministro ao longo de 29 anos dentro do Itamaraty. Simpático ao governo do norte-americano Donald Trump, o novo chanceler é autor de um ensaio chamado "Trump e o Ocidente" em que diz que o líder estadunidense assumiu a missão de resgatar a civilização ocidental, sua fé cristã e suas tradições nacionais forjadas "pela cruz e pela espada" . Em um artigo publicado após a nomeação no jornal paranaense "Gazeta do Povo", prometeu que vai combater pautas "abortistas" e "anticristãs" em sua atuação na Organização das Nações Unidas (ONU) , da qual Bolsonaro sinalizou que poderia retirar o país durante a pré-campanha à Presidência .

General Carlos Alberto dos Santos Cruz, Secretaria de Governo

O futuro ministro da Secretaria de Governo, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo
O futuro ministro da Secretaria de Governo, o general da reserva Carlos Alberto dos Santos Cruz Foto: Givaldo Barbosa / Agência O Globo

General da reserva com experiência em situações de violência e conflitos urbanos, o gaúcho Carlos Alberto dos Santos Cruz, de 66 anos, vai trabalhar no Palácio do Planalto para comandar a Secretaria de Governo de Bolsonaro . Ele comandou a Secretaria Nacional de Segurança Pública durante o governo Michel Temer e comandou as missões de paz da ONU no Haiti, entre 2007 e 2009, e na República Democrática do Congo, de 2013 a 2015. Inicialmente, Santos Cruz seria indicado para comandar a Segurança Pública, mas, conforme ele mesmo afirmou, o pedido do presidente teve prioridade no cargo que ocupará. Para o recém-indicado, as nomeações de generais para postos-chave da gestão federal não significam que há um processo de militarização em curso .

Tereza Cristina, Agricultura

Tereza Cristina (DEM-MS) foi a primeira mulher a ser anunciada para assumir um ministério do governo de Jair Bolsonaro Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS
Tereza Cristina (DEM-MS) foi a primeira mulher a ser anunciada para assumir um ministério do governo de Jair Bolsonaro Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS

Presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA), representação formal da bancada ruralista, Tereza Cristina (DEM-MS), de 64 anos, foi a primeira mulher a ser anunciada para o governo Jair Bolsonaro. Parlamentar em primeiro mandato, Tereza Cristina presidiu a comissão especial que aprovou o projeto que flexibiliza a regulação de agrotóxicos, proposta que ganhou o apelido de "PL do Veneno", da qual era uma das principais defensoras. Engenheira agronôma, foi secretária de Desenvolvimento Agrário, da Produção, da Indústria, do Comércio e do Turismo do Mato Grosso do Sul por sete anos. O fato de ter uma fazenda arrendada para o grupo JBS - do empresário Joesley Batista, preso pela Operação Lava-Jato - f oi alvo de críticas por um possível conflito de interesse, negado por ela . A deputada se aproximou de Bolsonaro depois de ter levado a ele uma declaração formal de apoio da frente parlamentar na semana antes do primeiro turno das eleições. O apoio foi tido pelo presidente eleito e seu time como fundamental para desmontar o discurso de que ele não conseguiria sustentação no Congresso. A expectativa é que a pasta comandada por ela seja responsável, entre outras áreas, pelas definições acerca de questões como a reforma agrária e a agricultura familiar . Além de confirmar a incorporação desses temas, Tereza declarou após a indicação que vê o comércio exterior como prioridade e que tem pressa para resolver o imbróglio que envolve a exportação de carnes brasileiras para países árabes .

Marcos Pontes, Ciência e Tecnologia

O astronauta e futuro ministro de Ciencia e Tecnologia, Marcos Pontes, concede entrevista coletiva no CCBB, em Brasília Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo
O astronauta e futuro ministro de Ciencia e Tecnologia, Marcos Pontes, concede entrevista coletiva no CCBB, em Brasília Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo

Oficial da reserva da Aeronáutica, Marcos Pontes, de 55 anos, ganhou fama nacional ao ser o primeiro brasileiro a ir ao espaço, em 2006, a um custo de  US$ 10 milhões para o governo brasileiro. Ele ficou em órbita durante nove dias, há 12 anos, a bordo da chamada Missão Centenário, em homenagem à comemoração dos 100 anos do primeiro voo de Santos Dumont a bordo do avião 14 bis. Quando regressou à Terra, Pontes passou a se dedicar a ministrar palestras sobre a experiência que adquiriu durante a carreira . Filiado ao PSL e apoiador de Bolsonaro desde o início do processo eleitoral, Pontes já era cogitado para o cargo quando o presidente eleito ainda era apenas candidato. Entre as intenções para a pasta, o futuro ministro afirmou que pretende liberar que o setor privado faça investimentos em pesquisas de universidades públicas, ideia que segue o modelo aplicado nos Estados Unidos .

Luiz Henrique Mandetta, Saúde

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta Foto: Jorge William / Jorge William/Agência O Globo
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta Foto: Jorge William / Jorge William/Agência O Globo

O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) foi escolhido para comandar a pasta da Saúde . Amigo de Onyx Lorenzoni, indicado para a Casa Civil, Mandetta é médico ortopedista e colaborou com propostas sobre a área para o programa de Bolsonaro, que disse ter feito a indicação ouvindo a vontade da bancada da Saúde na Câmara, das Santas Casas do Brasil e das mais variadas entidades médicas. Próximo de Bolsonaro na Câmara, Mandetta chegou a constar em listas divulgadas por aliados do presidente eleito sobre os parlamentares que o acompanhariam na filiação ao PSL, mas desistiu na última hora. O futuro ministro é investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) no Mato Grosso do Sul por supostamente ter favorecido duas empresas num contrato de R$ 9,9 milhões assinado pela Secretaria de Saúde de Campo Grande (MS), no período em que ele comandou a pasta. Antes de ser confirmado no cargo, o parlamentar disse ao GLOBO que tem ressalvas quanto à condução que o Brasil faz de campanhas contra o HIV . Depois do anúncio, defendeu em entrevista ao GLOBO a realização de exames de certificação para médicos formados no Brasil, sendo desautorizado por Jair Bolsonaro no dia seguinte .

Ricardo Vélez Rodriguez, Educação

O ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez Foto: Reprodução
O ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez Foto: Reprodução

O colombiano naturalizado Ricardo Vélez Rodriguez, de 75 anos,  de  no Brasil é professor emérito da Escola de Comando e Estado Maior do Exército e foi escolhido após outros dois nomes terem sido ventilados nos bastidores: o educador Mozart Neves Ramos, diretor do Instituto Ayrton Senna, vetado pela bancada evangélica e o procurador regional do Distrito Federal, Guilherme Schelb, sem ligação com a área da educação . Sua indicação também é atribuída ao filósofo Olavo de Carvalho para quem Vélez "conhece o Brasil mais do que qualquer brasileiro" . Na primeira entrevista que concedeu após a confirmação no cargo, Vélez Rodriguez defendeu que "ninguém vai impedir" Bolsonaro de conhecer previamente as questões da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que foi criticada pelo presidente eleito por incluir um texto sobre gírias da comunidade LGBTQ+ na prova de Linguagens. O futuro ministro também disse que não concorda com discussões sobre sexualidade e gênero em sala de aula porque "quem define gênero é a natureza".

Damares Alves, Mulher, Família e Direitos Humanos

A atual ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves Foto: Jorge William / Agência O Globo/11-12-2019
A atual ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves Foto: Jorge William / Agência O Globo/11-12-2019

A pastora evangélica e advogada Damares Alves, de 38 anos, foi escolhida para comandar a pasta que tratará diretamente dos direitos de minorias e dos direitos humanos. Assessora parlamentar da Frente Parlamentar Evangélica e do senador Magno Malta (PR-ES), ela foi nomeada por Bolsonaro sem uma consulta prévia ao político, até o fim da disputa eleitoral um dos mais próximos do presidente eleito. Foi a segunda mulher a ocupar uma pasta do primeiro escalão do futuro governo. Também ficará sob seu comando a Fundação Nacional do Índio (Funai) , órgão que estava com destino incerto no futuro governo. Damares afirmou que nenhum homem vai ganhar mais que uma mulher quando os dois exerceram a mesma função. Em entrevista exclusiva ao GLOBO, ela afirmou que homens e mulheres não são iguais , que é preciso inserir transexuais no mercado de trabalho e que o casamento homoafetivo é um direito adquirido.

Osmar Terra, Cidadania

O ministro da Cidadania, Osmar Terra Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
O ministro da Cidadania, Osmar Terra Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

O deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), de 68 anos, é um dos integrantes do governo Michel Temer nomeados por Jair Bolsonaro. À frente do Ministério da Cidadania, pasta que vai concentrar as áreas de política social, esporte e cultura. Ministro de Desenvolvimento Social na gestão de Michel Temer , Terra se envolveu em polêmicas ligadas à política de drogas. Ele defendeu punições para usuários de drogas e foi acusado de distorcer dados sobre índices criminais em países onde o consumo de maconha é legalizado. O futuro ministro deixou o Ministério de Desenvolvimento para disputar um novo mandato de deputado federal e foi reeleito. Já anunciado como futuro ministro de Bolsonaro, defendeu a limitação da venda de bebidas alcoólicas .

Ricardo Salles, Meio Ambiente

Ricardo Salles, novo ministro do Meio Ambiente Foto: Reprodução/ GloboNews
Ricardo Salles, novo ministro do Meio Ambiente Foto: Reprodução/ GloboNews

O advogado Ricardo de Aquino Salles, de 43 anos, foi o último ministro nomeado por Bolsonaro e comandará a pasta do Meio Ambiente. Antes de assumir a nova função, ele foi secretário de Meio Ambiente do estado de São Paulo entre 2016 e 2017, na gestão de Geraldo Alckmin. Nome preferido dos ruralistas, foi indicado por várias entidades ligadas ao setor produtivo, como o agronegócio, construção civil, comércio e indústria. A Sociedade Rural Brasileira e a União da Agroindústria Canavieira (Unica) divulgaram nota de apoio ao advogado. Salles também recebeu apoio de setores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O advogado foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo pela prática de improbidade administrativa . Segundo o MP, Aquino teria fraudado mapas do Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Várzea do Rio Tietê para beneficiar setores econômicos. O valor da ação é de R$ 50 milhões. Em 2012, protocolou, ao lado de Guilherme Campos Abdalla, o pedido de impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli, hoje presidente da corte, sob a acusação de parcialidade no julgamento do mensalão. Em 2018, tentou se eleger deputado federal pelo Partido Novo em São Paulo. Ele concorreu com o número 3006, em referência a um calibre de projéteis para fuzis. Em uma de suas peças publicitárias colocava a munição como solução para combater "a esquerda e o MST" e "a bandidagem do campo".

Marcelo Antônio, Turismo

Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), futuro ministro do Turismo Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), futuro ministro do Turismo Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados

Deputado federal mais votado em Minas Gerais nestas eleições, Marcelo Antônio integra a frente religiosa. É  o segundo ministro filiado ao PSL, partido do presidente eleito, no governo . Ele filiou-se ao partido na última janela partidária, ao lado de Jair Bolsonaro. Marcelo Álvaro Antônio é presidente do PSL em Minas Gerais. Quando Bolsonaro levou uma facada em Juiz de Fora (MG), durante a campanha presidencial, Álvaro Antônio estava ao seu lado e ajudou a socorrê-lo. Entre 2012 e 2014, foi vereador de Belo Horizonte, cidade em que nasceu. Em 2016, concorreu à Prefeitura da cidade pelo PR. É ligado à Igreja Maranata.

General Fernando Azevedo e Silva, Defesa

O general do Exército Fernando Azevedo e Silva foi indicado como ministro da Defesa de Bolsonaro Foto: Agência O Globo
O general do Exército Fernando Azevedo e Silva foi indicado como ministro da Defesa de Bolsonaro Foto: Agência O Globo

Ex-chefe do Estado Maior do Exército, o general Fernando Azevedo e Silva foi o escolhido de Bolsonaro para assumir a pasta da Defesa. Sétimo ministro anunciado na equipe de Bolsonaro, o militar teve uma indicação no sentido contrário à expectativa anunciada inicialmente pelo vice-presidente eleito: dias antes do anúncio, o general Hamilton Mourão havia dito que o ministério deveria ficar com alguém da Marinha , para "equilibrar forças" entre as três áreas das Forças Armadas. Como primeira medida antes da posse, Azevedo e Silva anunciou quem serão os novos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica : o general Edson Leal Pujol, o almirante Ilques Barbosa Júnior e o tenente-coronel brigadeiro do ar Antônio Carlos Moretti Bermudez. Ele declarou ainda que está analisando o pedido de prorrogação da permanência do Exército no Rio de Janeiro, feito pelo governador eleito Wilson Witzel, e afirmou que as forças poderão ser utilizadas esporadicamente em questões ligadas à segurança pública .

Wagner Rosário, Controladoria Geral da União

Wagner Rosário: processos à vista para quem não seguir Lei de Acesso à Informação Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo
Wagner Rosário: processos à vista para quem não seguir Lei de Acesso à Informação Foto: Ailton de Freitas / Agência O Globo

Apontado por colegas por ter um perfil técnico, o atual ministro da Transparência e Controladoria Geral da União (CGU) permanecerá à frente da pasta . Antes de assumir a CGU, Rosário passou 27 anos servindo ao Exército. Até 2009, ele era capitão com formação na Academia Militar das Agulhas Negras, mesma instituição onde estudou o presidente eleito. O ministro foi o primeiro o primeiro nome do governo de Michel Temer a ser mantido por Bolsonaro para o futuro governo. O presidente eleito se reuniu com Rosário em Brasília e informou, no comunicado em que divulgou a indicação, que a pasta deve voltar a se chamar apenas CGU (atualmente, o nome utilizado é Ministério da Transparência e da Controladoria Geral da União).

André Luiz Mendonça, Advocacia Geral da União

O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça Foto: Divulgação
O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), André Mendonça Foto: Divulgação

O advogado André Luiz de Almeida Mendonça irá comandar a Advocacia Geral da União (AGU), de onde é consultor jurídico e já foi corregedor-geral. Ele tem doutorado em Direito pela Universidade de Salamanca e foi coordenador das equipes de negociação dos acordos de leniência celebrados pela AGU junto a CGU. De 1997 a 2000 ele foi advogado da Petrobrás Distribuidora S/A. A meta de Mendonça é recuperar R$ 25 bilhões nos próximos dois anos por meio da colaboração de empresas que admitiram irregularidades em contratos com a administração pública .

Tarcísio Freitas, Infraestrutura

Tarcísio Gomes de Freitas, ministro de Infraestrutura Foto: Reprodução
Tarcísio Gomes de Freitas, ministro de Infraestrutura Foto: Reprodução

Militar da reserva, Tarcísio Freitas foi diretor executivo do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) no governo da petista Dilma Rousseff , onde permaneceu de 2011 a 2015. No Exército, chefiou a  Seção Técnica da Companhia de Engenharia durante a Missão de Paz da ONU no Haiti. Ele serviu durante 16 anos na área de engenharia do Exécito e executou obras como recuperações de rodovias, construções de aeródromos e terminais fluviais e de instalações militares. Como civil, foi trabalhar como auditor concursado da Controladoria Geral da União e como engenheiro da Companhia de Engenharia Brasileira na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah). Antes da nomeação para o ministério, atuava como consultor legislativo na Câmara dos Deputados. No governo Michel Temer, foi levado para Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) pelo ministro Moreira Franco.

Almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior, Minas e Energia

Almirante Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro Foto: Agência Brasil
Almirante Bento Albuquerque, ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro Foto: Agência Brasil

O novo ministro de Minas e Energia será o almirante Bento Costa Lima Leite de Albuquerque Junior , de 60 anos. Ele é considerado um defensor da tecnologia nuclear desenvolvida no Brasil como estratégica para fortalecer a soberania do país. Em entrevista à revista “Brasil Nuclear”, em novembro de 2017, Bento afirmou que o submarino com propulsão nuclear será importante para “proteger a Amazônia Azul”, termo criado pela Marinha brasileira para se referir o mar territorial brasileiro, por suas riquezas naturais.  Carioca, Bento tem 60 anos e iniciou sua carreira na Marinha em 1973. Ele tem pós-graduação em Ciências Políticas pela Universidade Nacional de Brasília, MBA em gestão internacional pela Coppead/UFRJ e MBA em Gestão Pública pela Fundação Getulio Vargas, além de ter cursado o curso de Altos Estudos de Política e Estratégia da Escola Superior de Guerra. Fez parte do Conselho de Administração da Nuclebrás Equipamentos Pesados (Nuclep), empresa pública que participa da construção do submarino nuclear brasileiro.

Gustavo Canuto, Desenvolvimento Regional

Futuro ministro de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto Foto: Divulgação
Futuro ministro de Desenvolvimento Regional, Gustavo Canuto Foto: Divulgação

O paranaense Gustavo Canuto, de 40 anos, é o atual secretário-executivo do ministério da Integração e foi chefe de gabinete de Helder Barbalho (MDB), governador eleito do Pará, quando ele respondia pela pasta no governo Michel Temer. Servidor de carreira do Ministério do Planejamento, Canuto é formado em Engenharia de Computação pela Unicamp e em Direito pelo UniCEUB. Exerceu funções na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e nas secretarias da Aviação Civil e Geral da Presidência da República. O novo ministro comandará a recém-criada pasta do Desenvolvimento Regional, que vai reunir as áreas de Cidades e Integração Nacional . Com um orçamento robusto, os três ministérios passarão a ser secretarias-executivas na nova estrutura. Canuto, porém disse que ainda não tratou com o presidente eleito Jair Bolsonaro sobre se o Programa Minha Casa Minha Vida ficará sob sua responsabilidade.

Roberto Campos Neto, Banco Central

Roberto Campos Neto será o novo presidente do Banco Central Foto: Reprodução / Agência O Globo
Roberto Campos Neto será o novo presidente do Banco Central Foto: Reprodução / Agência O Globo

O economista Roberto Campos Neto, de 49 anos, assumirá o comando do Banco Central. Neto de Roberto Campos, ministro do governo Castelo Branco (1964-1967), ele é formado pela Universidade da Califórnia e fez carreira em instituições financeiras. Campos Neto iniciou sua trajetória ainda nos anos 1990 e atuou em diferentes bancos no Brasil. Atualmente, ocupava o cargo de diretor de tesouraria do Santander Brasil para a região denominada como Américas . Ele está no banco de capital espanhol desde 2005, quando foi contrato como operador.