Eleições 2022
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Por Daniel Gullino e Camila Zarur — Brasília

O governador reeleito Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, anunciou nesta terça-feira o apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno da disputa pelo Palácio do Planalto. Os dois fizeram uma declaração à imprensa após uma reunião no Palácio da Alvorada. Além de Zema, o presidente recebeu o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), reeleito no primeiro turno, que reforçou seu apoio ao titular do Palácio do Planalto. Bolsonaro também encontrou com o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), derrotado no domingo. O tucano afirmou apoio ao mandatário.

— Sabemos que em muitas coisas convergimos e em outras não. Mas é o momento em que o Brasil precisa caminhar para frente. E eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na do adversário — disse o governador, ao lado do chefe do Executivo, no Palácio da Alvorada.

Bolsonaro afirmou que o apoio é "decisivo", lembrando que Minas Gerais é o segundo maior colégio eleitoral do Brasil e que, tradicionalmente, quem vence a eleição no estado também ganha nacionalmente.

— Esse apoio do governador Zema é muito bem-vindo. É o segundo estado que tem o maior colégio eleitoral do Brasil. É decisivo. Só quem ganha lá, diz a tradição, pode realmente chegar à Presidência da República — disse Bolsonaro.

Zema justificou o apoio afirmando que o adversário de Bolsonaro é o "mesmo" que ele enfrentou em Minas. O principal concorrente do governador no estado foi o ex-prefeito Alexandre Kalil, que é do PSD, mas teve o apoio do PT. Além disso, Zema sucedeu Fernando Pimentel (PT), a quem acusou de ter feito uma "gestão desastrosa".

— Até porque o adversário dele, que foi o mesmo que eu tive em Minas Gerais, fez uma gestão desastrosa, que arruinou o estado de Minas.

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o presidente Jair Bolsonaro — Foto: Reprodução/Facebook
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o presidente Jair Bolsonaro — Foto: Reprodução/Facebook

Com apoio de Zema a Bolsonaro, a estratégia é poder converter em votos para o presidente os eleitores que votaram no governador e no Lula. Para isso, o mineiro participará das agendas de Bolsonaro no estado ao longo destas três semanas antes do segundo turno, principalmente no interior do estado, onde Zema tem mais força.

Há ainda a previsão de que o governador participe das propagandas de Bolsonaro na televisão, inclusive para tentar alcançar eleitores em outras regiões do país — a ideia para conseguir isso é apostar na gestão bem avaliada de Zema e ligá-la ao governo federal.

Embora Lula tenha ficado à frente do atual chefe do Planalto em Minas, a diferença entre os dois foi de 500 mil votos. Na avaliação do entorno de Zema, é possível atrair uma parte relevante desses eleitorais ao associar o ex-presidente com Pimentel, cuja gestão terminou com uma popularidade baixa.

O plano é colar a imagem de Lula ao governo Pimentel e divulgar que, com uma eventual eleição do petista, os problemas da gestão estadual do ex-governador vão voltar a acontecer — nos quatro anos que ficou à frente do Palácio Tiradentes, Pimentel suspendeu os repasses aos municípios e atrasou os pagamentos aos servidores públicos.

A votação de Zema em Minas foi maior do que a de Bolsonaro: o governador teve 56% dos votos, enquanto o presidente ficou com 43%. O chefe do Executivo afirmou que o apoio de Zema vai alterar o cenário:

— Tenho certeza disso. O Zema goza de grande credibilidade, dada à administração que ele fez. E esse apoio, no meu entender, é decisivo em Minas Gerais. Nós vamos ter uma boa diferença para o adversário.

O governador, por sua vez, disse que a votação do candidato do PT a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, foi maior no estado porque a população "erroneamente" considera que houve "prosperidade" na administração do petista.

— Eu sempre menciono que ficou, erroneamente, na memória do brasileiro uma ideia de que nos anos Lula nós tivemos uma prosperidade. Eu sempre coloco como comparação que naquele período foi como se um atleta tivesse tomado anabolizante. No primeiro momento foi muito bom. Depois, a conta veio amarga.

Castro: 'Rio vai ser capital da vitória'

O presidente Jair Bolsonaro e o governador Cláudio Castro, após reunião no Palácio do Planalto — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
O presidente Jair Bolsonaro e o governador Cláudio Castro, após reunião no Palácio do Planalto — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo

— Eu, como sou do partido do presidente, apoiador do presidente, não tinha como não vir aqui. Não preciso lhe franquear meu apoio porque o senhor já tem. O Rio vai ser a capital da vitória do presidente Bolsonaro.

No estado de Castro, o terceiro maior colégio eleitoral do país, Bolsonaro teve 51%.

Encontro com Garcia

Ainda nesta terça-feira, Bolsonaro se encontrou com o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB). O tucano, que tentava a reeleição, foi derrotado no primeiro turno por Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Fernando Haddad (PT). O presidente afirmou que existe uma previsão de reunião entre os dois em São Paulo, mas que a ideia é tratar apenas do cenário nacional, e não de um possível apoio do tucano a Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) no segundo turno.

— Devo conversar com o Rodrigo hoje. Mas é uma questão nacional. Local, ele trataria com o Tarcísio. Desconheço qualquer trabalho nesse sentido. Comigo, vou conversar com o Rodrigo Garcia — afirmou, acrescentando: — Está previsto pessoalmente, não bati o martelo ainda. Seria no aeroporto em São Paulo. Não vou poder ir lá no governo dele porque minha agenda está muito apertada em São Paulo.

Bolsonaro comparou a negociação a um namoro e disse esperar que a maioria do PSDB em São Paulo não apoie o PT.

— (Vamos) Conversar sobre política. É igual a um namoro. Você parte para o noivado ou não. Eu acredito que naturalmente uma parte considerável do PSDB viria comigo em São Paulo, porque não vai apoiar o PT. Até pelo histórico do Lula, pelo estrago que o Haddad fez em São Paulo também, o pior prefeito da história da capital paulista.

Além disso, Bolsonaro disse que conversou por telefone com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil). Os dois eram aliados desde 2018, mas se distanciaram durante a pandemia de Covid-19.

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