Entre acusações e polêmicas que extrapolaram o campo político, Jerônimo Rodrigues (PT) e ACM Neto (União) chegam à votação em segundo turno para o governo da Bahia em tom de animosidade. Com o petista numericamente à frente nas pesquisas de intenções de voto, atrelado à campanha do ex-presidente Lula (PT) ao Planalto, ACM Neto buscou a neutralidade em relação à disputa presidencial para virar o jogo. Associado ao bolsonarismo por Jerônimo, o candidato do União Brasil nega a vinculação com o atual presidente e faz alguns acenos ao eleitorado de esquerda.
- Ipec Bahia: Jerônimo tem 51%, empatado tecnicamente com ACM Neto, com 49% dos votos válidos
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ACM Neto passou boa parte da campanha definindo Jerônimo como “covarde” por, supostamente, ter se escorado na imagem de Lula e ter alimentado polêmicas, como o questionamento sobre a autodeclaração racial de Neto, que se definiu como pardo ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
O embate entre eles é mais um capítulo do antagonismo histórico entre o petismo e o carlismo na Bahia. Após 16 anos de administrações do PT, Jerônimo tenta manter o ciclo de reeleições apoiado pelo atual governador do estado, Rui Costa, e referendado por Lula. Já Neto se apresenta como alternativa e enumera os seus feitos à frente da prefeitura de Salvador. Com a presença constante do ex-presidente no estado, Jerônimo mantém a vantagem, conforme aponta a pesquisa Ipec divulgada ontem, ainda que de forma acirrada. De acordo com o levantamento, ele possui 51% das intenções, enquanto Neto somou 49% dos votos válidos, tecnicamente empatados.
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A vantagem durante o segundo turno fez com que o ex-secretário estadual de Educação se negasse a participar do último debate da campanha, na TV Globo. Neto definiu a ausência como um “desrespeito ao eleitor”. Apesar das críticas, o candidato do União faltou à maioria dos debates no primeiro turno, quando liderava as pesquisas eleitorais.
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Neto resistiu aos cortejos do presidente Jair Bolsonaro (PL). Em busca de um palanque no estado no segundo turno, Bolsonaro pediu votos para o candidato do União, mas não contou com a sua presença nos atos políticos.
A oposição a Lula, no entanto, é trabalhada por Jerônimo, que acusa Neto de “covardia” por não se posicionar em relação à disputa ao Planalto por um suposto medo de perder eleitores de esquerda e de centro, caso assumisse um alinhamento com Bolsonaro. Já Neto faz duras críticas à administração estadual petista nas áreas de saúde, segurança pública e educação — pasta da qual Jerônimo foi secretário. Neto tem focado as propostas nas políticas para redução de desemprego e impostos. Jerônimo, por sua vez, promete investir em saúde e educação e aumentar os investimentos no interior.