O MDB confirmou que ficará neutro no segundo turno e liberou seus filiados para fazer campanha por quem preferirem entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). A candidata derrotada do partido, senadora Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar na corrida ao Palácio do Planalto, deverá declarar apoio ao petista.
- Segundo turno: Rodrigo Maia pede demissão do governo de SP após apoio de Garcia a Bolsonaro
- Mapa de votos: Veja o resultado das eleições em todo país
A decisão reflete a divisão da legenda. A maioria dos emedebistas dos estados de Norte e Nordeste estão com o petista, enquanto os integrantes da sigla no Sul, Centro-Oeste e parte do Sudeste tendem a fechar com o candidato à reeleição. Tebet, por sua vez, afirmou logo após a apuração dos votos, no domingo, que não iria se omitir e deu um prazo de 48 horas para os aliados tomarem posição.
O partido formalizou sua opção em uma nota oficial divulgada há pouco, por meio da qual informou o que exigirá do futuro presidente da República. "O MDB deixa claro que cobrará do vencedor o respeito ao voto popular, ao processo eleitoral como um todo e, sobretudo, o cumprimento dos princípios constitucionais e do Estado Democrático de Direito", diz o texto, assinado pelo presidente da legenda, deputado Baleia Rossi.
Antes mesmo do início da campanha, parte dos diretórios do MDB já havia deixado claro que trabalharia por Lula, como Amazonas, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Rio de Janeiro. Políticos desses estados devem se reunir com o ex-presidente nesta quarta-feira em São Paulo.
Por outro lado, os quadros do MDB das demais regiões devem ficar com Bolsonaro. É o caso do Rio Grande do Sul. No Distrito Federal, o governador reeleito, Ibaneis Rocha (MDB), se reuniu com o presidente nesta manhã e endossou o seu apoio a ele.
Na terça-feira, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, partido que esteve com Tebet na disputa à presidência, declarou apoio a Lula, embora a bancada da sigla tenha anunciado a posição de neutralidade. O Cidadania forma uma federação com o PSDB, que também optou por não apoiar Lula nem Bolsonaro.
Entre os tucanos, o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia, declarou estar com Bolsonaro. Já a vice da chapa de Tebet, a senadora Mara Gabrilli, afirmou que votará em branco no segundo turno.