Eleições 2024
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GERADO EM: 10/09/2024 - 03:30

Disputa acirrada entre Nunes e Marçal nas eleições de SP

O racha na direita paulista se intensifica após o Sete de Setembro, com Nunes e Marçal disputando votos conservadores. Bolsonaro critica Marçal, enquanto Malafaia o ataca, afirmando que ele se "curvou ao comunismo". A disputa se reflete nas pesquisas, e a campanha de Nunes pode se beneficiar. O embate entre os candidatos promete influenciar as eleições em SP.

O ato bolsonarista de 7 de Setembro, em São Paulo, elevou a temperatura do racha no campo da direita na eleição da cidade, onde Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB) disputam o voto conservador. Na segunda-feira, vídeos — sem autoria identificada, mas com edição cuidadosa — circularam nas redes bolsonaristas chamando Marçal de “arregão” por evitar críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de “aproveitador” e “traidor”. O ex-coach, por sua vez, respondeu aos ataques afirmando que o ex-presidente Jair Bolsonaro se “curvou ao comunismo”.

Em uma das peças, Bolsonaro aparece no palanque da Avenida Paulista classificando Moraes como “ditador”, em contraste com imagens de Marçal no Roda Viva, da TV Cultura, dizendo que não tem “nenhum problema” com o magistrado.

Bolsonaro, apoiador da reeleição de Nunes, irritou-se com a postura de Marçal na manifestação. O candidato do PRTB agiu para dividir o apoio do público e reclamou dos organizadores por não poder subir no palanque ao final do evento — segundo os responsáveis, as atividades já tinham se encerrado naquele horário. O ex-presidente enviou uma mensagem a aliados dizendo que Marçal tentou “fazer palanque às custas do trabalho e risco dos outros” e protagonizou um “lamentável incidente” ao final do ato.

Flanco evangélico

No flanco evangélico da disputa, o pastor Silas Malafaia, principal organizador do 7 de Setembro, partiu para o ataque contra Marçal. O ex-coach foi chamado de “safado”, “mentiroso” e “oportunista” pelo pastor da Assembleia de Deus Vitória em Cristo. O líder religioso gravou um vídeo apelando diretamente aos seguidores para que votem em outro candidato:

— Esse cara não é digno dos votos da direita, dos evangélicos, nem do povo de São Paulo porque mente, deturpa, engana para tirar proveito político.

Malafaia afirmou ao GLOBO que deve publicar outros conteúdos sobre o candidato do PRTB ao longo da semana. Ele reitera que a postura de Marçal no 7 de Setembro desagradou Bolsonaro e outros líderes do ato, e que os vídeos tiveram aceitação entre pastores de São Paulo.

— É uma festa no meu telefone — disse. — Amanhã (hoje) tem outro vídeo. Vou sacudir ele em outras coisas, ele está ferrado — afirmou.

Pesquisa Datafolha divulgada no último dia 5 mostrou que 50% dos que votaram em Bolsonaro em 2022 pretendem apoiar Marçal, enquanto 28% declaram voto em Nunes. Entre evangélicos, o embate é mais acirrado. O candidato do PRTB tem 29% das intenções de voto e o emedebista, 27%. Uma pesquisa do Monitor do Debate Político no Meio Digital mostrou que 75% dos manifestantes na Paulista apontavam o ex-coach ao responder “qual dos dois candidatos (Marçal ou Nunes) se identifica mais com Bolsonaro?”. O prefeito foi escolhido por 8% do público.

Marçal respondeu aos ataques. Em um encontro com representantes dos taxistas, o candidato afirmou que Bolsonaro “se curvou ao comunismo” nas eleições:

— A minha luta é contra o comunismo. O comunismo é o Golias, eu sou o Davi e entrou um personagem novo no final de semana que é o Malafaia. Bolsonaro se curvou aqui ao comunismo na cidade de São Paulo, infelizmente, por conta do Valdemar Costa Neto, e está com as mãos atadas — disse.

Até uma bandeira de apoio a Marçal estendida no 7 de Setembro tornou-se alvo de uma disputa de narrativas na segunda-feira. “Bolsonaro parou. Marçal começou. Pablo Marçal presidente do Brasil”, provocava a faixa. O ex-coach publicou um vídeo no qual diz que “funcionários da prefeitura de ‘Nules Bananinha’ (como se refere a Nunes) colocaram essa faixa para gerar intriga entre Marçal e Bolsonaro”. Já Nunes afirmou que o adversário “não respeita Bolsonaro” e que usou uma gravação de funcionários públicos retirando a bandeira ao fim da manifestação e distorceu as imagens. A campanha do emedebista afirmou que pedirá um inquérito policial a respeito do caso e um direito de resposta à Justiça Eleitoral.

Reflexos nas campanhas

O racha terá reflexos nas campanhas. Nunes deve reforçar o discurso ideológico conservador, participando de entrevistas em canais e podcasts bolsonaristas sempre que possível. A participação de Bolsonaro de forma mais ativa nas peças eleitorais do prefeito ainda é uma incógnita. A campanha de Nunes prevê gravar um programa com o ex-presidente para o horário eleitoral gratuito no aeroporto do Campo de Marte e no Ceagesp, mas ainda não há uma data definida. Pesa o fato de que Nunes e Bolsonaro não têm uma comunicação direta — o diálogo é intermediado pelo candidato a vice na chapa, o coronel Ricardo de Mello Araújo (PL), e pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Milton Leite (União), presidente da Câmara Municipal e influente liderança política da cidade, afirmou que Marçal ajuda Nunes ao abrir caminhos para um apoio mais enfático do ex-presidente ao prefeito. Para Leite, Marçal está desafiando o bolsonarismo, o que deve custar votos ao candidato.

— Ele está confrontando o bolsonarismo, está desafiando o Bolsonaro para ver quem tem mais força na direita. Isso acaba sendo ruim para ele (Marçal). Ele força o Bolsonaro a dizer que continua um líder muito forte. Ele arrastou o Bolsonaro para dentro da campanha do Ricardo. Deu mais ênfase para a campanha do Ricardo — disse o presidente da Câmara Municipal.

Para o deputado federal Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT, a disputa entre Nunes e Marçal “parece barata voa, (a direita) não sabe onde vai”.

— A falta de projeto e a cultura do ódio faz com que eles batam cabeça. É um projeto de poder pessoal.

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