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Por — São Paulo

RESUMO

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GERADO EM: 11/09/2024 - 16:30

Candidato a prefeito de SP causa tumulto na Bienal do Livro_SP.

Candidato a prefeito de SP, Pablo Marçal causa tumulto na Bienal do Livro, sendo chamado de "ladrão" e "bandido" por estudantes. Irrita livreiros ao promover seus livros, gerando confusão e necessidade de intervenção dos bombeiros. CBL destaca que é comum candidatos visitarem o evento.

O empresário Pablo Marçal (PRTB), candidato a prefeito de São Paulo, provocou tumulto na 27ª Bienal do Livro, nesta quarta-feira. Desde a chegada até a saída do pavilhão do Anhembi, na Zona Norte da cidade, foi assediado por estudantes de ensino fundamental e médio que gritavam e pediam fotos a todo momento. O ex-coach prometeu ainda "banir" títulos da rede pública que "deturpem a liberdade", caso seja eleito, sem apresentar exemplos concretos.

A postura de Marçal no evento irritou alguns livreiros e seguranças, que precisaram da ajuda de bombeiros para conter o público e evitar danos nas bancas e acidentes. No entorno, pessoas também gritaram ofensas como "ladrão", "bandido" e "lixo".

Marçal provoca tumulto com estudantes na Bienal do Livro após fazer propaganda de livros

Marçal provoca tumulto com estudantes na Bienal do Livro após fazer propaganda de livros

Um dos mais exaltados era Rodrigo Barros, 47 anos, expositor da editora Cartola. Ele disse ao GLOBO que foi chamado de "cheirador" pelo candidato, que reproduz a mesma ofensa, sem provas, a Guilherme Boulos (PSOL).

— Aqui não é lugar de campanha eleitoral — criticou ele, acrescentando que também não concordou com a vinda de Boulos no final de semana, mas houve menos atribulação.

Marçal, então, se dirigiu ao estande da editora que publicou seus livros de mentoria e coach. De pé em uma banca, pisando nos livros, mostrou obras de sua autoria para o público. Entrou na área destinada a funcionários e continuou a propaganda, ensaiando uma sessão de autógrafos.

O comboio se chocou diversas vezes com os mostruários, e a dificuldade de transitar pelos corredores obrigou a segurança a intervir. Eles fizeram um cordão para proteger a estrutura e as pessoas. Visivelmente irritado, um profissional disse à reportagem que aquela situação não havia sido combinada, apenas uma visita de cortesia. "Não subir, incitar", disse.

Dono da livraria que publica as obras de Marçal, Paulo Houch estranhou a pergunta do GLOBO a respeito do fato de um candidato a prefeito estar promovendo os próprios livros na Bienal. Disse que o jornal estava tentando "cavar uma falta" e se recusou a dar entrevista.

A organização também foi procurada para comentar o ocorrido. Por meio de nota, a Câmara Brasileira do Livro (CBL) declarou que, "por a Bienal do Livro ser um evento de grande visibilidade, é comum que candidatos procurem visitar o evento" e que "recebe a todos sem distinção". "Sempre esperamos que as visitas transcorram sem intercorrências e preservando a segurança de todos", acrescenta a entidade.

Promessa de censura a livros

Em conversa com jornalistas, Marçal prometeu trazer a rede pública inteira para a Bienal do Livro, caso seja eleito, e tornar São Paulo a capital com maior nota no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Atualmente, a cidade está em 14º lugar no ranking do primeiro ao quinto ano e em 11º do sexto ao nono ano do ensino fundamental, pela avaliação divulgada em agosto, referente a 2023.

O candidato declarou ainda que não descarta banir livros da rede pública, “tudo o que for deturpar a produtividade, o crescimento e a liberdade”. O comentário não foi direcionado a nenhuma obra específica, apesar de a pergunta ter sido motivada pelo caso de O Avesso da Pele, de Jeferson Tenório, recolhido pelas secretarias de educação de Goiás e do Paraná, em medida revertida posteriormente.

Alegou que as escolas promovem “erotização” e “comunismo”. Indagado sobre medidas práticas que pretende adotar para monitorar os professores, acusados em outras oportunidades de agir como "militantes de esquerda", Marçal disse que elas serão conhecidas somente a partir do próximo ano.

— O ensino no Brasil sempre foi pautado pelo comunismo. Vamos dar uma mudadinha nisso aí. Vamos chamar muitas pessoas para estudar os livros que serão colocados e tirados, mas com certeza terão livros que não fazem sentido para a formação cognitiva de ninguém, que estão deturpando ideologia — dispara.

A ida ao estante da sua editora já havia sido anunciada neste momento, com Marçal fazendo autoelogios ao seu histórico. Ele negou, no entanto, a intenção de colocar as próprias obras na mão dos alunos, mesmo diante da promessa de inserir conteúdos sobre “empresarização” e “inteligência socioemocional” em sala de aula.

— Não precisa, não (ter livros dele na rede pública). A gente já vende muito livro no privado — respondeu o candidato.

Marçal diz que ‘torce por Lula’, mas pede para petista não concorrer em 2026 por ‘estar idoso’

Em sabatina do jornal “O Estado de S. Paulo”, Marçal prometeu manter diálogo institucional com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) caso seja eleito prefeito de São Paulo. O petista apoia Boulos na disputa.

— A questão da relação vai depender dele. Eu sou republicano. O que é republicano? Sou uma pessoa que, na hora que acabar a eleição, a gente precisa governar — disse.

Ele acrescentou que Lula seria bem-vindo na cidade e que não torce contra o seu governo.

— Eu não estou contra ele não. Eu luto para que ele faça as coisas certas. Que ele diminua o imposto como o Bolsonaro diminuiu. Que ele seja um cara que não gaste tanto dinheiro igual está gastando. Que ele não interfira no Banco Central. Eu estou a favor. Eu quero que ele dê certo.

Na agenda da tarde, esclareceu que pretende ter apenas “encontros públicos” para pedir recursos e que discorda da sua orientação política. Pediu ainda que Lula não se candidate em 2026 por estar “idoso”.

— É notório que eu discordo da filosofia dele, da ideologia que ele carrega, que nunca resolveu absolutamente nada. Fica trazendo uma falsa esperança para o povo.

O empresário já afirmou anteriormente que cogitaria disputar a presidência da República se o petista estiver morto daqui a dois anos.

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