Política Flávio Bolsonaro

Em depoimento, Queiroz afirma que esteve com advogado indicado por Paulo Marinho para defender Flávio Bolsonaro

Sugestão de defensor foi feita na mesma reunião em que empresário afirma ter ouvido revelação sobre vazamento da Furna da Onça
O ex-assessor Fabrício Queiroz, na varanda do apartamento onde cumpre prisão domiciliar 13/07/2020 Foto: Reprodução
O ex-assessor Fabrício Queiroz, na varanda do apartamento onde cumpre prisão domiciliar 13/07/2020 Foto: Reprodução

RIO — O subtenente reformado da PM do Rio Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) contou em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF) que esteve em 2018 com o advogado Christiano Fragoso, indicado pelo empresário Paulo Marinho para atuar na defesa do filho do presidente Jair Bolsonaro em decorrência da investigação sobre as “rachadinhas” em seu antigo gabinete na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Na transcrição do depoimento, obtida pelo GLOBO, está registrado que o procurador Eduardo Benones perguntou se ele conhecia Christiano Fragoso e Queiroz respondeu “que esteve num escritório no centro do RJ de um advogado chamado Christiano e imagina que seja o próprio”. Ele, porém, não explicou o motivo do encontro.

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O depoimento de Queiroz ao MPF foi prestado no âmbito do procedimento que apura o vazamento das informações da Operação Furna da Onça. Durante as investigações que levaram à prisão de deputados estaduais, foi produzido um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que identificou a movimentação atípica de R$ 1,2 milhão na conta de Queiroz, além de diversos repasses de oito assessores para ele. Segundo o empresário Paulo Marinho, em relato ao jornal  "Folha de S. Paulo", Fragoso foi indicado por ele para defender Flávio durante uma reunião em sua casa no dia 13 de dezembro de 2018.

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O encontro foi pedido por Flávio depois que o escândalo sobre a movimentação se tornou público em 6 de dezembro e ele esteve acompanhado ainda de Victor Granado Alves, advogado e funcionário de seu gabinete à época. Nessa reunião, Marinho afirma que Granado Alves revelou o vazamento de dados da operação por meio de um delegado da PF durante o segundo turno das eleições presidenciais. Por isso, Queiroz e sua filha Nathália teriam sido exonerados dos gabinetes de Flávio e Jair Bolsonaro, respectivamente.

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