SÃO PAULO - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu, em reunião com a coordenação de sua pré-campanha na tarde desta segunda-feira, a contratação do marqueteiro baiano Sidônio Palmeira para trabalhar na disputa presidencial deste ano. Ainda não anunciado oficialmente, ele substitui Augusto Fonseca, demitido na semana passada e ligado ao ex-ministro Franklin Martins .
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Responsável pela coordenação geral da comunicação da pré-campanha, Franklin não participou da reunião. A ausência fez aumentarem as dúvidas sobre a sua permanência no posto.
O desligamento de Fonseca enfraqueceu o ex-ministro. Foi Franklin quem comandou o processo de escolha do antigo marqueteiro. O jornalista acumula uma série de embates com dirigentes do PT, principalmente com o secretário de Comunicação da sigla, Jilmar Tatto. Integrantes da direção partidária se recusam até a cumprimentá-lo.
Homem de confiança de Lula, Franklin foi o primeiro nome escalado para integrar a coordenação da pré-campanha do petista, ainda na metade do ano passado. Desde então, vinha sendo presença constante nas reuniões do núcleo central da campanha.
O jornalista se aproximou do ex-ministro no período em que foi ministro da Secretaria de Comunicação Social, no segundo mandato do petista entre 2007 e 2010. Desde então, os dois têm relação próxima e era isso que o mantinha no posto, apesar dos desgaste acumulados com o PT.
Aliados enxergaram nos últimos dias, porém, pouca disposição do ex-presidente em se manter como fiador do ex-ministro diante da pressão dos petistas.
Pelo desenho que vigorava até então, Sidônio deveria se reportar a Franklin. O novo marqueteiro conduziu as campanhas vitoriosas de Jaques Wagner e de Rui Costa ao governo da Bahia, entre 2006 e 2018. De perfil discreto, o dono da Leiaute Comunicação rejeita o rótulo de marqueteiro. .
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Sidônio defende a tese de que os blocos de programas eleitorais deveriam acabar por falta de interesse do telespectador. A propaganda política, segundo a sua visão, deveria ficar concentrada apenas nos comerciais exibidos durante a programação regular.
A empresa do baiano ficou em segundo lugar na seleção interna conduzida pelo PT no ano passado com a participação da MPB, de Augusto Fonseca, e outras duas agências.
Fonseca foi dispensado, segundo informações da direção do PT, porque não houve acerto financeiro. Ele pedia R$ 45 milhões para fazer a campanha presidencial. Havia no partido descontentamento com os vídeos produzidos para a propaganda partidária exibida desde o mês passado. Na nota em que anunciou o desligamento de Fonseca, porém, a legenda elogiou o seu trabalho.
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Na reunião desta segunda-feira da coordenação, foi sacramentada ainda a entrada do senador Jaques Wagner na pré-campanha. Ele havia sido convidado há cerca de três semanas por Lula e pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Porém, vinha avaliando se atuaria na campanha presidencial ou se se dedicaria integralmente à eleição do pré-candidato petista na Bahia, Jerônimo Rodrigues.
Além de Wagner, também já tem atuado na coordenação o ex-governador do Piauí Wellington Dias. Ainda não foi decidida exatamente a função que cada um deles desempenhará.