Política Coronavírus

Medidas para proibir aglomerações devem ser bem avaliadas, diz secretário do Ministério da Saúde

Mas evita comentar se decisão do governo do Distrito Federal foi acertada
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, durante entrevista Foto: Agência Brasil
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, durante entrevista Foto: Agência Brasil

BRASÍLIA - Ao comentar o decreto do governo do Distrito Federal que proibiu grandes aglomerações em razão do novo coronavírus , o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira , afirmou que medidas assim precisam ser bem avaliadas. Mas ele evitou dizer se concordava ou não com a ação do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha , por desconhecer os critérios usados para editar o decreto.

Ele também evitou comentar os reflexos disso nas manifestações marcadas para o próximo final de semana.

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Segundo Wanderson, as medidas devem ser proporcionais aos riscos. Para avaliar o tamanho do risco, é preciso levar em conta dois fatores: ameaça e vulnerabilidade.

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— Ameaça é aquilo que vai entrar, é um fator extrínseco. Vulnerabilidade é como eu estou, a minha capacidade de responder, é um fator intrínseco. Eu acredito que o governo do Distrito Federal tenha feito a avaliação de risco para tomar essa medida, mas desconheço a avaliação que foi adotada. Então não tenho como fazer nenhuma avaliação, nenhuma crítica a essa decisão, porque cada um sabe onde o calo aperta. Eu creio que o secretário (de Saúde) e o governador sabem muito bem o que estão fazendo — afirmou Wanderson.

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Ele afirmou que haverá uma reunião na sexta-feira com representantes dos estados para alinhar medidas não farmacológicas, ou seja, que não envolvem o uso de remédios.

— Amanhã apresentaremos qual é a orientação do Ministério da Saúde sobre as medidas não farmacológicas. Como eu mencionei, essa medida [do governo do DF] é um medida não farmacológica. Às vezes uma medida não farmacológica, se tomada com muita precipitação, não vai ter efeito adiante. Às vezes, se tomada muito tempo depois, não vai ter efeito também. Então a precisão, essa modulação fina é o desafio de todos nós gestores — disse o secretário do Ministério da Saúde.

Para o próximo sábado, está marcado um ato para lembrar os dois anos da morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O protesto é organizado pelo partido da vereadora assassinada, o PSOL, pelo Instituto Marielle Franco e outras lideranças ligadas à esquerda. Para o dia 15, bolsonaristas estão convocando manifestação contra o Congresso e o STF e em defesa do governo. Aliados do presidente, no entanto, já debatem o cancelamento dos atos.