SÃO PAULO — O ex-juiz Sergio Moro desistiu de disputar a Presidência da República e será candidato a deputado federal por São Paulo. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa do deputado Alexandre Leite (União Brasil) e confirmada ao GLOBO pela equipe de comunicação do ex-ministro.
Após a publicação da reportagem, a assessoria de Moro afirmou que o ex-juiz ainda não definiu seu destino como candidato. O GLOBO mantém a informação.
Em nota, Moro confirmou que abriu mão da pré-candidatura à Presidência para se filiar ao União Brasil. Mas deixou em aberto a possibilidade de eventualmente retomar o projeto político.
Segundo Moro, ele aceitou o convite do presidente do União, Luciano Bivar, para "facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única".
"O Brasil precisa de uma alternativa que livre o país dos extremos, da instabilidade e da radicalização. Por isso, aceitei o convite do presidente nacional do União Brasil, Luciano Bivar, para me filiar ao partido e, assim, facilitar as negociações das forças políticas de centro democrático em busca de uma candidatura presidencial única", escreveu Moro.
Moro assinou sua filiação ao União Brasil nesta quinta-feira, em um hotel de São Paulo. A decisão de disputar a Câmara dos Deputados ocorreu após reunião com o deputado federal Júnior Bozzella, vice-presidente do União Brasil em São Paulo, e o grupo de Alexandre Leite, filho do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, e antigo presidente do DEM estadual. O coordenador de sua campanha, o advogado Luís Felipe Cunha, também estava presente.
— Moro vem para o União com a expectativa de ser um dos deputados mais votados da história do país. Daremos todas as condições para isso — afirmou Leite, em nota.
Bozzella afirmou, em coletiva de imprensa, que os dirigentes do União têm se esforçado para "montar bases, palanques" em todo o país e aumentar a bancada federal.
Em nota
divulgada na tarde desta quinta-feira
, membros da Comissão Instituidora do União Brasil, que representa 49% dos membros com poder de voto na legenda, afirmam que "o eventual ingresso de Moro não pode se dar na condição de pré-candidato à Presidência". O grupo, formado por políticos como ACM Neto, Efraim Filho, Agripino Maia e Ronaldo Caiado, frisa que o ex-juiz é bem-vindo para "construir uma candidatura em São Paulo", sem hipótese de concordância com seu nome ao Planalto.
A pessoas próximas, Moro relatou que se sentia "boicotado" pelo partido, já que a presidente do Podemos, Renata Abreu, deixou claro a prioridade em eleger as bancadas no Congresso na eleição deste ano.
Além de PSDB e MDB, a aliança contaria também com o União Brasil, o Cidadania e o Podemos. A ideia de aliados de Leite é que seja selada uma aliança entre os dois com o compromisso de que a definição sobre quem ficaria com a cabeça da chapa só ocorreria no futuro diante da análise de pesquisas e cenários.