Política Brasília

Mourão sobre Gilmar: 'Considero que esse incidente está superado'

Vice-presidente afirmou que não se pode perder tempo com 'picuinhas'
O vice-presidente Hamilton Mourão durante entrevista coletiva Foto: Jorge William/Agência O Globo/15-07-2020
O vice-presidente Hamilton Mourão durante entrevista coletiva Foto: Jorge William/Agência O Globo/15-07-2020

BRASÍLIA — O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta sexta-feira considerar como "superado" o "incidente" com o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Mourão havia cobrado um pedido de desculpas de Gilmar, por ter afirmado que o Exército está se associando a um "genocídio" , em referência à gestão de militares no Ministério da Saúde durante a pandemia do novo coronavírus.

Apesar do pedido de desculpas não ter ocorrido, Mourão adotou um tom mais leve nesta sexta-feira, em entrevista à Rádio Gaúcha, afirmando que não se pode perder tempo com "picuinhas". Na terça-feira, Mourão disse duas vezes que o ministro do STF deveria se retratar se tivesse "grandeza moral".

— Acho que o ministro errou. Mas considero que esse incidente está superado, vida que segue. Temos coisas muito mais importantes para resolver do que ficar discutindo essas picuinhas.

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O vice-presidente ressaltou o fato de Gilmar e Pazuello terem conversado por telefone na quarta-feira e disse que foi criada uma "ponte":

— O próprio ministro Gilmar Mendes tomou a iniciativa de ligar para o ministro Pazuello. O ministro Pazuello conversou com o presidente. Foi estabelecida a ponte. Como eu disse, vida que segue.

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Na quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro já disse que dava como "encerrado" o assunto e relatou ter conversado por telefone com Gilmar.

A declaração de Gilmar foi feita no sábado . O ministro questionou o fato de o Ministério da Saúde ser dirigido interinamente há dois meses por um general da ativa do Exército e de Pazuello ter levado para sua equipe mais de 20 militares.

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O Ministério da Defesa classificou a declaração como "leviana" e apresentou uma representação na Procuradoria-Geral da República (PGR) contra Gilmar. Em nota, Gilmar afirmou que respeita as Forças Armadas e que a sua crítica foi em referência à atuação dos militares no Ministério da Saúde.