Política

Na noite da virada, apoiadores de Bolsonaro ficam na porta da Granja do Torto

Do lado de dentro da residência, a família do presidente eleito celebrou a passagem de ano
Apoiadores de Jair Bolsonaro visitam a Granja do Torto na véspera da cerimônia de posse Foto: Jorge William / Agência O Globo
Apoiadores de Jair Bolsonaro visitam a Granja do Torto na véspera da cerimônia de posse Foto: Jorge William / Agência O Globo

BRASÍLIA — Palco de manifestações de apoio ao presidente eleito Jair Bolsonaro nos últimos dias, o entorno da Granja do Torto , residência oficial do presidente, teve um réveillon marcado pela tranquilidade. Enquanto do lado de dentro da residência a família celebrou a passagem de ano, do lado de fora a segurança rigorosa da portaria e a chuva prejudicaram os desejos dos apoiadores de passar a virada mais próximo de onde o novo presidente está hospedado.

Por volta das 23h, um grupo de cinco apoiadores, três deles vindos de Pernambuco, estacionou o carro na entrada da residência oficial na esperança de poder encontrar algum dos membros do novo governo. De acordo com a comerciante Zirene Brasil, de 50 anos, a ideia inicial era montar a ceia no próprio gramado na entrada do Torto. Com o tempo chuvoso e a impossibilidade de ver de perto o presidente eleito, o grupo acabou optando por passar o reveillon no Estádio Mané Garrincha, onde foram realizadas as festividades de ano novo na capital federal, com shows e queimas de fogos.

Além dos apoiadores, várias pessoas que se identificavam como amigos do presidente eleito tentaram, sem sucesso, entrar na Granja. Um casal de jovens que se identificou como amigos de um dos motoristas do presidente eleito, por exemplo, ficou mais de meia hora do lado de fora da Granja tentando entrar. Vários telefonemas e a insistência com os porteiros, porém, não foram suficiente, e cerca de meia hora após chegarem na entrada da Granja, o casal desistiu e deixou o local. Outro que tentou sem sucesso entrar na Granja foi o candidato a deputado estadual pelo PSL Thiago Neves.

Com uma barba que faz referência ao ex-deputado e ex-candidato a presidente Enéas Carneiro, Neves não conseguiu se eleger e até passou pelo portão da entrada, mas ficou aguardando do lado de dentro da portaria da Granja, sem acessar a residência onde estava ocorrendo as festividades. Ele chegou a levar um terno azul, que imita o utilizado pelo ex-candidato a presidente, e afirmou ter passado seu nome para um dos assessores do presidente eleito.

— Passei meu nome para o Waldir (assessor de Bolsonaro), mas a federal não deixou entrar — disse.


Outro correligionário de Bolsonaro, o deputado estadual eleito Gil Diniz, que já atuou como assessor do gabinete de Eduardo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, chegou por volta das 23h30 e conseguiu entrar. Acompanhado de sua namorada, o parlamentar disse que estava ali para comemorar com a família Bolsonaro pelo momento e que a festa foi simples, seguindo o estilo do presidente eleito.

No lado de dentro da Granja, o réveillon foi comemorado em clima famíliar, com a presença dos filhos do presidente eleito, de sua mãe Olinda Bolsonaro e de poucos amigos de fora do circulo mais próximo deles. Ao todo, de acordo com Diniz, cerca de 30 pessoas comemoraram a passagem do ano na Granja do Torto. O parlamentar, contudo, disse que não viu nenhum dos ministros do novo governo na Granja e que Bolsonaro foi descansar antes da 1h da manhã.