A Polícia Federal (PF) realizou, na tarde desta sexta-feira, uma operação de busca e apreensão na casa do governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. Foram apreendidos dois computadores e documentos do governador afastado. O celular de Ibaneis, entretanto, não pôde ser confiscado, já que o mesmo não estava no Distrito Federal no momento do cumprimento do mandado de busca e apreensão. A informação foi confirmada pela defesa do governador afastado, que não informou onde ele se encontra. Além da casa dele, mandados de busca e apreensão foram cumpridos no antigo do escritório de advocacia de Ibaneis e na sede do Palácio Buriti, sede do governo do DF. De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), também houve mandados contra o ex-secretário interino de Segurança Pública do DF, Fernando de Souza Oliveira.
As medidas foram autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes a partir de pedidos da PGR. O objetivo é buscar provas para instruir o inquérito instaurado para apurar condutas de autoridades públicas que teriam se omitido na obrigação de impedir os atos terroristas do último dia 8. As medidas cautelares foram requeridas pelo coordenador do Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos, subprocurador-geral da República Carlos Frederico Santos.
PF faz operação de busca e apreensão na casa de Ibaneis Rocha
Ao GLOBO, o advogado de Ibaneis disse não temer as apreensões feitas em endereços ligados a seu cliente.
— O governador não tem nada a esconder, um mandado de busca e apreensão visa colher provas, mas neste caso, não há motivos para temor — disse Toron.
Em publicação no Twitter, Ibaneis afirmou que não há "nada" que possa ligar ele "aos golpistas que atacaram os três Poderes" e disse que sempre quis "colaborar com as investigações" e que mantém essa postura. O governador afastado afirmou também que mantém a "fé em nosso sistema Judiciário e a certeza de que tudo restará esclarecido".
PF faz operação de busca e apreensão na casa de Ibaneis Rocha
Por meio de uma nota, a defesa afirmou que, "apesar de inesperada, já que Ibaneis sempre colaborou com a Justiça, a operação será a prova definitiva de inocência do governador". Ibaneis foi afastado do cargo por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em virtude de uma suposta omissão no planejamento de segurança dos atos terroristas do dia 8 de janeiro.
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Também por meio de nota, o advogado de Fernando de Souza Oliveira, Cassius Ferreira Moraes, afirmou que "O mandado de busca foi cumprido nos termos estabelecidos pelo Ministro Alexandre de Moraes. O único item apreendido foi um telefone antigo, sem chip, não habilitado, vinculando ao e-mail do Fernando". De acordo com o comunicado, o ex-secretário interino já havia entregue um outro aparelho telefônico para a Polícia Federal no ato de seu depoimento, nesta quarta-feira.
A seccional do Distrito Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/DF) informou que acompanhou a operação no antigo escritório de Ibaneis, seguindo imposição legal.
Depoimento na última semana
Na última semana, Ibaneis prestou depoimento à Polícia Federal. O comparecimento dele foi um pedido da própria defesa, que se antecipou a uma intimação.
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Os advogados afirmaram em documento enviado ao Supremo que o plano de segurança elaborado para a manifestação do último dia 8 sofreu "atos de sabotagem" das forças de segurança locais e acusa policiais de terem agido com "conivência" e "colaboração" com os manifestantes golpistas e de terem cometido "deserção". A peça foi encaminhada a Moraes.
No documento, os advogados admitem que a primeira impressão é de que houve "aparente falta de preparação para os atos anunciados", mas argumentam que "diversos agentes aos quais incumbiam a execução do protocolo de ação seguiram pela inaceitável e criminosa linha da conivência e da colaboração com os grotescos atos terroristas, tudo à revelia do que havia sido previamente alinhado".