Política
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Por Fernanda Alves

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, tem se mostrado uma peça cada vez mais forte dentro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Depois de participar ativamente das negociações que fizeram o Ministério da Fazenda recuar da tributação de compras de importados na internet, ela foi também uma das principais vozes em favor da saída do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Gonçalves Dias. Esses não foram, no entanto, os primeiros momentos em que a influência da socióloga junto ao presidente foi evidenciada, mostrando que Janja busca uma atuação bem mais ativa dentro do governo do que suas antecessoras, que optaram por trabalhos restritos à área social.

Com uma sala no terceiro andar do Palácio do Planalto, a poucos passos do gabinete presidencial, a primeira-dama atua em temas que envolvem desde discussões sobre Itaipu, estatal do setor elétrico, ao direcionamento de políticas sociais, como o Bolsa Família, até a palavra final sobre ações de comunicação. Janja teve destaque também nas viagens internacionais de Lula, ao posar junto com o presidente dos Estados Unidos Joe Biden, no salão oval da Casa Branca, e ao participar de um encontro reservado com a mulher do presidente Chinês, Xi Jinping, a profesora Peng Liyuan.

O protagonismo da primeira-dama ficou explícito ainda na fase de transição do governo, quando Janja despachava com a equipe no Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) e foi a responsável pela organização da cerimônia de posse do presidente. Foi ela a idealizadora do Festival do Futuro, que levou shows e apresentações gratuitas na Esplanada dos Ministérios. Também foi dela a ideia de subir a rampa do Palácio do Planalto com a cadela Resistência, resgatada das ruas de Curitiba pelos integrantes do acampamento que ficaram em vigília enquanto Lula esteve preso e depois adotada pelo casal presidencial.

A socióloga participou ainda das discussões para a formação do ministério do Lula em áreas como Mulheres e Direitos Humanos, sendo apontada como a responsável por respaldar a indicação de Margareth Menezes para o Ministério da Cultura, e do secretário nacional de Cultura do PT, Marcio Tavares, para ser o número dois da pasta.

Janja mostrou interesse também em participar da discussão de assuntos técnicos, como a gestão de Itaipu, empresa na qual trabalhou por 15 anos. Ela chegou a se reunir com Enio Verri, presidente da estatal, e debater a composição das cinco diretorias da estatal, assim como sua atuação na área ambiental e nas comunidades indígenas.

Dentro da comunicações do governo, a socióloga tem promovido ações para aproximar Lula de temas que estão em alta na internet. Na última terça-feira, ela convidou o ex-BBB Cezar Black para a cerimônia de assinatura do novo piso salarial de enfermagem. Janja também acompanhou o marido no encontro com o vocalista da banda Coldplay, Chris Martin. A primeira-dama fez questão de presentear a banda com a biografia do presidente.

Foi pela internet que Janja entrou no debate da taxação de importados, após usar suas redes sociais para dizer que o fim da isenção do Imposto de Importação para compras de até US$ 50 (R$ 250) atingiria só as empresas, e não os consumidores. Mas depois do debate gerado, Lula pediu que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reconsiderasse a medida.

No carnaval, a ordem foi de que as peças publicitárias passassem pelo aval de Janja antes de serem divulgadas. Na prática, a primeira-dama avocou para si uma função que seria da Secretaria de Comunicação Social, chefiada pelo ministro Paulo Pimenta.

Janja não é a primeira mulher de um presidente a assumir funções no governo. A diferença para as antecessoras, porém, é a atuação em áreas diversas do governo. Ruth Cardoso, por exemplo, era responsável pelo programa Comunidade Solidária, projeto que reuniu inciativas em áreas sociais no governo Fernando Henrique. Marcela Temer, por sua vez, foi embaixadora do Criança Feliz, voltado aos cuidados da infância. Já Michelle Bolsonaro comandou o Pátria Voluntária, que tinha por objetivo promover políticas públicas para a população vulnerável.

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