Política
PUBLICIDADE

Por Jeniffer Gularte — Brasília

A demissão do general Gonçalves Dias do comando do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) deu força a um movimento no governo para extinção do órgão, tradicionalmente comandado por militares. A pasta, que já havia sido esvaziada no início do ano, deverá ser reestruturada a partir de agora e pode perder o status de ministério.

A ideia defendida por integrantes do governo é retirar a maior quantidade possível de militares atualmente lotada no GSI e transformar em uma secretaria. Abaixo dessa nova estrutura, ficariam a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República — responsável pela proteção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice, Geraldo Alckmin, e seus familiares —, além da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que foi deslocada para a Casa Civil.

A mudança, caso tenha o aval de Lula, poderia ser efetivada via medida provisória. Não está definido se a futura estrutura teria ou não status de ministério.

Como mostrou O GLOBO, a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente, criada em janeiro para atuar até 30 de junho para "desbolsonarizar" o GSI, deve se tornar permanente por ter ganhado respaldo no Palácio do Planalto. Comandado pelo delegado federal Alexsander Olivera, o órgão está formando turmas de polícias e deverá ter até 300 integrantes nos próximos meses, a maior parte deles agentes da Polícia Federal.

A transferência da Abin para uma futura secretaria que substitua o GSI tem apoio na Casa Civil. Indicado por Lula para assumir a agência, o delegado Luiz Fernando Côrrea já se reporta direto ao presidente devido a relação de proximidade com Lula. Côrrea foi chefe da PF nos primeiros mandatos do petista.

Câmeras de segurança mostram ministro-chefe do GSI no Planalto durante o 8 de janeiro

Câmeras de segurança mostram ministro-chefe do GSI no Planalto durante o 8 de janeiro

A criação de uma nova estrutura no lugar do GSI ampliaria a influência da PF no Palácio do Planalto. A proposta de transformar o órgão numa secretaria, nos moldes do que ocorreu no governo de Dilma Rousseff, já havia sido discutida durante a transição, no grupo de trabalho comandando por pelo delegado Andrei Passos Rodrigues, atual diretor-geral da Polícia Federal.

Diante da necessidade de Lula de reduzir resistências entre militares, contudo, a pasta foi mantida, e a solução foi colocar o general Gonçalves Dias, conhecido como GDias, no comando. O militar atuou no comando da segurança pessoal de Lula entre 2003 e 2009. Na época, ficou conhecido como “sombra” do presidente.

Com a saída de Dias, auxiliares de Lula veem oportunidade de retomar o plano e retirar novas levas de militares do Palácio do Planalto. O vazamento do vídeo que mostra a interação de servidores do GSI com invasores reforçou a suspeita de que apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro seguem em cargos estratégicos no governo, embora Lula já tenha tirado cerca de 200 militares da ativa de cargos de confiança.

Um dos argumentos de quem defende a mudança é o de que não há nenhum país com tradição democrática que possui estruturas como o GSI dentro do palácio do governo ou cuidando da segurança presidencial. Essa será uma das considerações levadas a Lula para convencê-lo da ideia.

A saída de GDias é também mais um capítulo na queda de braço entre Polícia Federal e o GSI. A disputa teve início durante a transição, quando a PF não permitiu que integrantes do GSI circulassem pela Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB) e nem participassem da segurança de Lula, e ganhou força no início do governo. GDias ficou em situação frágil desde a invasão do Palácio do Planalto em 8 de janeiro e passou a perder espaço para a Polícia Federal dentro do Planalto.

Mais recente Próxima Após ceder ao MST em outros estados, governo resiste à pressão por trocas em indicações de Lira e Alcolumbre no Incra
Mais do Globo

Como acontece desde 1988, haverá uma demonstração aberta ao público no Centro de Instrução de Formosa, em Goiás

Tropas dos EUA e da China participam de treinamento simultaneamente dos Fuzileiros Navais no Brasil

Auxiliares do presidente veem influência excessiva de integrantes da legenda do deputado em eventos de campanha

Entorno de Lula vê campanha de Boulos muito 'PSOLista' e avalia necessidade de mudanças

Cantor criticou autoridades responsáveis pela Operação Integration; Fantástico, da TV Globo, revelou detalhes inéditos do caso que culminou na prisão da influenciadora Deolane Bezerra

Com R$ 20 milhões bloqueados, Gusttavo Lima diz que suspeita de elo com esquema de bets é 'loucura' e cita 'abuso de poder': 'Sou honesto'

Investigação começou após a encomenda com destino a Alemanha ser retida pelos Correio; ele criava aranhas em sua própria casa para venda

Homem que tentou enviar 73 aranhas para a Alemanha por correio é alvo da Polícia Federal em Campinas

Um dos envolvidos já havia sido preso e confessou ter entrado em uma briga com as vítimas

Chacina da sinuca: o que se sabe sobre briga após campeonato em Sergipe que terminou com seis mortos, um preso e dois foragidos

Num deles, Alexandre de Moraes é sugerido como sendo 'advogado do PCC'

Eleições SP: campanha digital de Nunes lança série de vídeos de ataques a Marçal

A decisão é da 4ª Câmara de Direito Privado do TJ do Rio

Vendedora ambulante será indenizada após ser abordada com violência no Metrô do Rio