Política
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Por Jan Niklas — Rio de Janeiro

De olho nas eleições municipais de 2024, a direita bolsonarista intensificou as articulações para lançar candidatos a prefeito em diferentes capitais do Brasil. Entre eles, ex-ministros do presidente Jair Bolsonaro (PL) devem tentar usar a visibilidade que tiveram em seus cargos na busca de se cacifar para as disputas locais no ano que vem. Essas movimentações, no entanto, já geram divergências dentro do campo conservador e prometem se arrastar.

Nesta quarta-feira, o ex-titular da Saúde Marcelo Queiroga filiou-se ao PL e lançou sua pré-candidatura à Prefeitura de João Pessoa, capital da Paraíba, seu estado natal. O evento contou com a participação de Bolsonaro e do presidente do partido, Valdemar Costa Neto, que fez um discurso em tom de campanha sobre o novo correligionário.

— Quanto mais prestígio (o candidato tiver), tenho certeza de que vai facilitar para ele levar recursos para João Pessoa. Tem o apoio do presidente Bolsonaro, tem o apoio da nossa primeira-dama Michelle Bolsonaro. Tenho certeza de que ele vai corresponder a expectativa do cidadão de João Pessoa — disse Valdemar na cerimônia de filiação, em vídeo publicado pelo PL.

O anúncio, porém, não correspondeu às expectativas do diretório municipal do PL em João Pessoa. Presidente da legenda na capital, Cabo Gilberto criticou a escolha por Queiroga sem diálogo com os caciques locais e ameaçou deixar o partido. Já o ex-candidato ao governo de Paraíba Nilvan Ferreira, que também almeja disputar a prefeitura no ano que vem, criticou a direção do partido em entrevista à rádio Arapuan Verdade FM.

— O ex-ministro é bem-vindo para dar sua sugestão e opiniões, mas eu repito: a decisão sobre candidatura em João Pessoa vai começar a ser discutida por quem foi majoritário nas eleições do ano passado. Não vamos aceitar interferência de ninguém — disparou Ferreira.

Outros cenários

Ex-ministros de Bolsonaro também são cotados para as disputas de cidades como Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Porto Alegre. Na capital fluminense, após o ex-presidente vetar a candidatura de seu filho e senador Flávio Bolsonaro (PL), os nomes mais ventilados são os do ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto (PL) e de outro ex-titular da Saúde: o deputado federal Eduardo Pazuello (PL).

Correndo por fora, o senador Carlos Portinho (PL) vem tentando conquistar apoio no partido para ser o nome do PL no Rio, mas ainda sem sucesso. Já a direita fluminense mais ligada ao governador Cláudio Castro (PL) articula para que Pazuello seja o vice na chapa que seria encabeçada pelo secretário estadual de saúde, dr. Luizinho (PP).

Em Recife, a aposta do clã Bolsonaro é no ex-ministro do Turismo Gilson Machado. O plano colide, no entanto, com outra ala do PL pernambucano que quer lançar o nome do deputado federal André Ferreira (PL), irmão do presidente estadual da sigla e ex-candidato ao governo de Pernambuco, Anderson Ferreira.

Em Salvador, o ex-ministro da Cidadania João Roma (PL) já anunciou interesse em disputar a prefeitura em 2024. Contudo, uma composição com o atual prefeito Bruno Reis (União) também não é descartada. Já em Porto Alegre, o ex-ministro do Trabalho Onyx Lorenzoni, que foi derrotado no ano passado na disputa pelo governo do Rio Grande do Sul, é cotado para ser o candidato de Bolsonaro. Já o atual o atual prefeito, Sebastião Melo (MDB), eleito em 2020 com acenos ao bolsonarismo, deve tentar a reeleição.

Também na quarta-feira, após reunião partidária do PL em Brasília, o deputado federal bolsonarista André Fernandes (PL) lançou-se como pré-candidato em Fortaleza. Ele pode ter que enfrentar outros candidatos da direita que planejam entrar na corrida, entre eles o ex-deputado Capitão Wagner (União) e o senador Eduardo Girão (Novo).

Já em Belo Horizonte, o deputado estadual Bruno Engler (PL-MG) tomou a dianteira e anunciou-se como pré-candidato. Recentemente, em entrevista à Rádio Super 91.7 FM, ele afirmou que já conversou com Bolsonaro e com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) — atual presidente do PL em Minas, que também foi cotado, mas não teria pretensões de entrar na disputa nesse momento. Outro nome da direita que avalia disputar a prefeitura da capital mineira é o senador Carlos Viana (Podemos). Enquanto isso, o governador do estado, Romeu Zema (Novo), ainda não se manifestou.

Em São Paulo, por outro lado, o ex-presidente e seu partido vetaram os planos do ex-ministro do Meio Ambiente e deputado federal Ricardo Salles (PL) de ser o candidato do campo conservador na capital em 2024. Por conta da falta de apoio, Salles fez críticas públicas a Valdemar Costa Neto: "A direita perdeu. O Centrão ganhou", alfinetou o ex-ministro e deputado ao anunciar sua desistência.

Segundo o colunista do GLOBO Lauro Jardim, Bolsonaro tem dito que vai apoiar o atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) na cidade. O nome também seria o preferido de Valdemar, apesar de outras alas do partido trabalharem por um candidato próprio.

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