A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível por oito anos repercutiu na imprensa internacional. O julgamento ainda está em andamento, mas cinco dos sete ministros consideraram que Bolsonaro cometeu abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação ao atacar, sem provas, o sistema eleitoral em uma reunião com embaixadores em julho do ano passado.
O jornal britânico The Guardian diz que Jair Bolsonaro foi proibido de correr a cargos políticos por “abusar de seus poderes e vender 'mentiras imorais' e 'terríveis’ durante a eleição amarga do ano passado”. O portal afirma que o futuro político do ex-presidente “foi posto em dúvida” com a formação de maioria pela inelegibilidade.
Já o jornal americano The New York Times diz que a formação da maioria pela inelegibilidade removeu “um dos principais candidatos da próxima disputa presidencial e desferindo um golpe significativo no movimento de extrema direita do país”. A reportagem aponta que a decisão seria uma “repreensão afiada e rápida” a Bolsonaro por “seu esforço para minar as eleições do Brasil”. “Há apenas seis meses, Bolsonaro era presidente de uma das maiores democracias do mundo. Agora, sua carreira como político está em risco”, destaca o jornal americano.
O jornal Financial Times destacou que Bolsonaro ficará inelegível até 2030, o que quase acaba com "as esperanças do populista de direita de um rápido retorno político". O jornal britânico definiu o governo do ex-presidente como "tumultuado" e que a decisão "abre caminho para o surgimento de novas lideranças na direita brasileira, que — apesar do sucesso nas eleições para o Congresso no ano passado — tem sido fraca na oposição".
O El País diz que a decisão do TSE "encurtou a carreira política do líder da direita". O jornal espanhol chamou Jair Bolsonaro de "ultradireitista e propagador de teorias da conspiração" e aponta que na reunião com os embaixadores, o ex-presidente fez um "discurso inflamado no qual atacava impiedosamente as autoridades eleitorais — as mesmas que agora o julgam — e contra o sistema de segurança da Justiça Eleitoral".
O The Washington Post chamou Bolsonaro de "Trump dos trópicos" e disse que o ex-presidente brasileiro "afirmou sem provas que os sistemas de votação no maior país da América Latina eram vulneráveis a fraudes". O jornal americano apontou que os ministros o TSE formaram maioria para "condenar o populista de direita por abuso de poder por minar a fé na jovem democracia do país".
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