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Por Alice Cravo e Renan Monteiro — Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira que conversou com representantes do governo e da oposição da Venezuela sobre a possibilidade de "normalizar a situação" no país. A reunião, que aconteceu na véspera, teve ainda a presença dos presidentes da Argentina, Alberto Fernández, da Colômbia, Gustavo Petro, e da França, Emmanuel Macron.

— Inclusive, tivemos uma reunião com França, Colômbia, Argentina, representante do negociador das oposições da Venezuela, com a vice-presidente, para discutir um pouco a possibilidade de normalizar a situação na Venezuela

A reunião ocorreu na segunda-feira, com representantes do governo da Venezuela e da oposição no país em Bruxelas, durante a cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) com a União Europeia (UE). Do lado do governo, estava a vice-presidente venezuelana, Delcy Rodriguez e, do lado da oposição, Gerardo Blyde.

Lula deu as declarações durante a live "Conversa com o Presidente". Desta vez, a transmissão está sendo feita de Bruxelas, onde Lula participa da cúpula UE-Celac.

No encontro, oposição e governo discutiram a possibilidade de um acordo para a realização das eleições de 2024 e o levantamento de sanções impostas sobre a Venezuela. Lula ouviu os dois lados presentes e falou sobre a importância de a Venezuela ter um processo eleitoral reconhecido por todas as partes. Segundo o presidente, "só os venezuelanos podem resolver o problema do país".

Um dos temas levantados foi a possibilidade de um acordo interno para se falar sobre a suspensão das sanções impostas sobre a Venezuela após o reconhecimento internacional de Juan Guaidó como presidente venezuelano país por mais 50 países, incluindo o Brasil, do início de 2019 até janeiro de 2023. Após uma tentativa fracassada de tirar Nicolás Maduro do poder a qualquer custo, no entanto, o opositor acabou perdendo legitimidade interna e externamente.

Desenrola

Ainda durante a live, Lula afirmou que no primeiro dia do Desenrola, programa de renegociação de dívidas do governo federal, os bancos estavam anunciando uma redução de 96% dos valores devidos. O presidente ainda falou sobre a renegociação de dívidas com o varejo, prevista para começar em setembro.

— Ontem teve uma grande procura nos bancos e teve banco anunciando redução de 96% da dívida. E depois vai ter o seguinte, em setembro vai ter o aplicativo das pessoas que devem no varejo, que devem para loja. Então, vai ser a mesma coisa, os bancos vão ter que oferecer desconto.

Meio ambiente

O presidente voltou a criticar o não pagamento pelos países desenvolvidos dos valores prometidos no passado para ser investido na preservação ambiental. Lula afirmou que disse aos países que era melhor "dizer a verdade" e não ficar "iludindo países pobres".

— Tem muita coisa da boca pra fora. A primeira COP que participei para discutir a questão ambiental foi em 2009 na Dinamarca. Havia uma comunhão de interesse dos países ricos para culpar a China pelo poluição do mundo. [...] Todo mundo queria culpar a China, e o Brasil disse não [...] Ali as pessoas prometeram que iam dar US$100 bi por ano para ajudar a cuidar do planeta, até agora não deram e me parecem que não querem dar. E eu disse na reunião, é melhor dizer a verdade. Não quer dar o dinheiro, diga que não vai dar. Não fica alimentando ilusão em países pobres. Um país como o Brasil não tem que ficar implorando dinheiro.

Lula disse ainda que cobrou da União Europeia investimento em fábricas em outros países para que haja oportunidade de crescimento. O presidente afirmou que países do bloco agora defendem a interrupção da exportação de "materiais críticos" para que seja possível "fazer a transformação".

— Está tendo um discurso novo na UE que é importante as pessoas prestarem atenção. Na UE o discurso da moda é o seguinte: os países que tem materiais críticos, ou minérios, urânio, lítio, eles estão agora com o seguinte discurso, que esses países não podem exportar minério, eles precisam fazer a transformação no seu país para poder ter indústria, para poder gerar emprego, melhorar a capacidade de rentabilidade do país. Então agora qual é o nosso discurso pra UE: queremos que vocês financiem a construção das fábricas que nós precisamos para fazer esse processo de transormação. Eu achei uma evolução no discurso.

Outras lives

Pensado para tentar engajar apoiadores do governo nas redes sociais, o programa tem sido transmitido todas as terças-feiras, pela manhã, do Palácio da Alvorada. Além das suas próprias páginas na rede social, Lula tem usado também a página nas redes sociais da TV Brasil, empresa pública de televisão, que é destinada para divulgar ações do governo.

Na edição da semana passada, Lula afirmou que é preciso ter "paciência" e conversar "com quem você gosta, com quem você não gosta" para aprovar projetos do governo no Congresso Nacional. O governo tenta ampliar o espaço dos partidos do bloco e da oposição no governo para aumentar a sua base de apoio no Congresso. Na semana passada, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) afirmou que o governo está "absolutamente aberto a conversar com outras forças políticas" e citou a possibilidade de composição com partido de oposição — PP, PL e Republicanos.

O presidente também voltou a criticar a taxa de juros e afirmou que "logo logo vai começar a abaixar". O presidente afirmou que o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, é "teimoso" e "tinhoso", mas que "não tem explicação" para a taxa.

Mais recente Próxima França avalia que presença de Lula mudou dinâmica da negociação sobre Venezuela

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