Quase seis meses após ter sido depredado pelos ataques de bolsonaristas radicais de 8 de janeiro, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) passa pela última fase de uma série de reformas a que foi submetido desde então. O carpete amarelo que reveste todo o piso e parte das paredes do salão onde ocorrem as sessões de julgamento está sendo inteiramente trocado.
Esta é a segunda vez que o icônico piso acolchoado no plenário projeto por Oscar Niemeyer é trocado. De 1960, quando o prédio do STF foi inaugurado, até agora, após ser alvo dos golpistas de janeiro, o carpete somente havia sido inteiramente trocado uma vez, em 2004. Antes disso, o piso passou por procedimentos de limpeza e higienização frequentes.
A substituição do carpete ocorre somente agora em virtude das excepcionalidades do piso: a cor, "amarelo ouro", é tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a produção de um novo levaria mais tempo do que o necessário para a cerimônia de reinauguração do plenário em 1 de fevereiro, quando a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, reabriu o local inteiramente reformado após os ataques golpistas.
O carpete foi um dos principais alvos dos vândalos, que arrancaram, cortaram, queimaram e até urinaram por todo o plenário. Diante da impossibilidade de colocar um novo piso, foi preciso que uma grande limpeza fosse feita para a reinauguração.
Para a obra do carpete, uma licitação foi feita: para a instalação e troca de 650 m², o Supremo irá desembolsar R$ 330.090. A reforma fez com que todas as cadeiras, poltronas e móveis do plenário tivessem que ser removidos e retirados do local, e está prevista para ocorrer durante todo recesso, que começou no último dia 1 e irá até o próximo dia 31.
Em 10 de janeiro, a ministra Rosa Weber, por meio da Portaria 14/2023, instituiu o gabinete extraordinário para reconstrução do Plenário da Corte. Após a conclusão da perícia da Polícia Federal, profissionais das áreas de limpeza, carregamento, marcenaria, restauração, gestão de patrimônio, arquitetura e engenharia realizaram um trabalho coordenado para a reinauguração do prédio em 1 de fevereiro.
Após o dia 8 de janeiro, mais de 2 mil pessoas foram detidas. À maioria foi concedida liberdade com aplicação de medidas cautelares. Atualmente, 253 pessoas seguem presas. Até o momento, o STF já analisou 1.290 denúncias.
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