O presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Pedro Lupion (PP-PR), e o presidente da CPI do MST, Coronel Zucco (Republicanos-RS), foram recebidos na manhã desta quarta-feira pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em sua residência oficial. Ambos pressionaram pela prorrogação dos trabalhos do colegiado e a volta dos deputados que deixaram seus postos no colegiado após a movimentação do governo.
Segundo Lupion, o presidente da Câmara prometeu recompor os quadros da comissão com opositores ao governo. Questionado pelo GLOBO, Lira não retornou para falar sobre o assunto.
Ao GLOBO, o líder da bancada ruralista disse contar com o apoio do presidente da Câmara. Após esvaziamento promovido por partidos Centrão, que negociam a entrada no governo em reforma ministerial, houve o cancelamento de convocação do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Além disso, Zucco chegou a declarar que os parlamentares desistiriam da prorrogação da CPI.
— Tratou-se de um encontro do presidente da FPA com o presidente da Câmara, simples assim. Fora isso, há muita vaidade. Lira ouviu todos os nossos pedidos e prometeu colaborar. Ele está focado nas discussões sobre o arcabouço e disse que foi 'necessário' impedir a vinda do Rui Costa à CPI, mas que acredita na eficácia dos trabalhos — afirmou Lupion.
Nesta quarta-feira, a tentativa de reverter o esvaziamento da CPI do MST gerou um embate direto nos corredores da Câmara entre Lupion e o relator do colegiado, Ricardo Salles (PL-SP).
Salles foi excluído do encontro no qual Lira prometeu, segundo Lupion, trabalhar pela volta dos integrantes do colegiado e disse avaliar a ampliação do prazo — o que afeta diretamente os trabalhos do grupo e a confecção do relatório final, que será redigido por Salles.
Ao se encontrarem no corredor que dá acesso às comissões, os dois tiveram uma ríspida discussão, que foi amenizada pela intervenção da deputada Caroline de Toni (PL-SC). Salles questionou a condução dos diálogos e o porquê de não ter sido consultado, apesar de ser designado para a relatoria. Em mais de um momento, os dois bateram boca com o dedo em riste.
Veja os integrantes da CPI do MST
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Comissão foi instalada no dia 17 de maio de 2023
Procurado, Salles evitou comentar a exclusão do encontro.
— Foi organizado pelo Lupion. Pergunte a ele — resumiu.
Lira esvazia a CPI do MST em negociação por ministérios
Na semana passada, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), anulou a convocação do ministro da Casa Civil. A medida foi tomada horas antes do previsto para o início do depoimento.
Em outra frente de ação, partidos como Republicanos, que também negocia ministérios com o Palácio do Planalto, decidiram desligar da comissão os deputados alinhados ao bolsonarismo. Diante dos dois movimentos, a cúpula da CPI desistiu de pedir a prorrogação de seus trabalhos por mais 60 dias.
Na decisão que impediu o depoimento, Lira afirmou que “não se demonstrou no requerimento a conexão entre as atribuições do Ministro da Casa Civil da Presidência da República e os fatos investigados pela CPI sobre o MST”. A medida foi tomada a partir de uma reclamação apresentada pelo deputado governista Nilto Tatto (PT-SP).
Já o movimento para mudar a composição da colegiado que mira o MST começou com o líder do Republicanos na Câmara, Hugo Motta (PB). Na terça-feira, ele formalizou o desligamento de dois bolsonaristas: o titular Messias Donato (ES) e o suplente Diego Garcia (PR). Ainda não há substitutos para eles, e a CPI funcionará com dois membros a menos em seus quadros.
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